19 fev, 2019 - 22:34 • Redação
Shamima Begum, uma adolescente que fugiu para a Síria e aderiu ao grupo terrorista Estado Islâmico, perdeu a nacionalidade britânica.
O desenvolvimento foi conhecido através de uma carta enviada à família, que foi divulgada esta terça-feira pela estação de televisão ITV News.
Shamima Begum fugiu do Reino Unido em 2015, quando tinha apenas 15 anos, para se juntar ao autoproclamado Estado Islâmico na Síria.
No início do mês, foi encontrada por um jornalista do “London Times” num campo de refugiados na Síria, depois de ter fugido de Baghuz, o último bastião dos radicais islâmicos.
Atualmente com 19 anos, Shamina teve um filho na semana passada e manifestou a intenção de regressar ao Reino Unido, mas o Governo de Londres decidiu agora retirar-lhe a nacionalidade.
O advogado da família Begum anunciou nas redes sociais que tenciona contestar a decisão.
O regresso dos jihadistas aos seus países de origem na Europa tem sido discutido entre os Estados-membros da UE.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, classificou, na segunda-feira, como “muito complexa” a questão de cidadãos portugueses com ligações aos radicais islâmicos, porque o Estado deve prestar proteção aos nacionais, mas não quer em Portugal "pessoas que possam constituir uma ameaça".
No final de uma reunião de chefes de diplomacia da União Europeia, em Bruxelas, Santos Silva confirmou que um dos pontos abordados, no quadro da discussão sobre a Síria, foi o apelo feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos países europeus, para repatriarem e julgarem os seus combatentes do grupo extremista Estado Islâmico (EI) detidos na Síria, algo que os chefes de diplomacia da UE advertiram que “não será tão fácil” de resolver.
Por seu lado, a alta representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini, disponibilizou os seus serviços para coordenar uma resposta conjunta em relação ao regresso dos europeus que combateram com o grupo Estado Islâmico na Síria.