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"Futebol Leaks". Vários países temem que Portugal destrua documentos divulgados por Rui Pinto

20 fev, 2019 - 18:14 • Redação

Dois jornalistas da revista alemã "Der Spiegel" apontam a existência de "interesses antagónicos" entre Portugal e outros estados europeus face à informação na posse do português emigrado na Hungria.

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Vários países europeus temem que Portugal desvalorize e destrua documentos divulgados por Rui Pinto.

O receio é relatado por dois jornalistas da revista alemã "Der Spiegel", que, no rescaldo da reunião de terça-feira do Eurojust, concluem que ficou claro “quão antagónicos podem ser os interesses das autoridades” de diferentes países.

Rafael Buschmann e Michael Wulzinger, integrantes do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação, destacam que, enquanto alguns países querem aproveitar os dados divulgados pelo português Rui Pinto para combater a corrupção, “as autoridades portuguesas querem levá-lo à justiça” no seu país.

Os jornalistas da revista alemã sublinham que se Rui Pinto for extraditado para Portugal, vários países europeus temem que a justiça ignore os dados por ele obtidos e se limite ao julgamento do jovem de Vila Nova de Gaia, hoje emigrado na Hungria, enquanto “hacker” informático.

“Dez países europeus manifestaram interesse em ter acesso” aos dados obtidos por Rui Pinto”, escrevem os jornalistas, precisando que o procurador belga, Eric Bisschop, “tem um grande interesse nos dados de Rui Pinto, uma vez que o futebol belga tem sido abalado por casos de corrupção e casos de fraude em jogos de apostas”.

No texto, os jornalistas lembram ainda que, numa entrevista que Rui Pinto deu à publicação alemã, o português afirmou ter em sua posse “dez terabytes de dados, o dobro daquilo que já forneceu aos jornalistas de investigação” e que deu origem “a mais de 800 artigos”.

Após a intervenção do representante português no Eurojust, António Cluny, na reunião de terça-feira, Buschmann e Wulzinger lamentam concluir que, “numa Europa unida”, seja “difícil o trabalho de investigação internacional”.

Em declarações, na terça-feira, à Renascença, António Cluny esclareceu que na reunião não se discutiu particularmente o caso de Rui Pinto, mas sim a necessidade dos países trocarem entre si informações sobre o caso Football Leaks.

A reunião do Eurojust, organismo da União Europeia que promove a luta contra a criminalidade organizada, decorreu em Haia e contou com a presença de 10 procuradores de diferentes países.

Comentários
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  • José Costa
    23 fev, 2019 Lisboa 21:52
    Sr Cidadão, refere o scp e fcp e o que terão debaixo das unhas. Entao...nao esta tb ansioso por saber mais das praticas de corrupcao q têm assolado o futebol portugues nos ultimos anos?
  • Cidadao
    21 fev, 2019 Lisboa 19:44
    Façam leis a legitimar a actividade de hacker e a invasão de servidores alheios. Mas atenção: nada de deixar alguém de fora. Uma vez legitima a invasão de hackers a servidores privados, é para TODOS. É para Juízes, Empresários, Banqueiros, tipos da alta Finança, e sobretudo para a canalha política, também ir na roda. Estou ansioso por saber como funciona realmente o Goldman Sachs e em que negócios pouco claros anda ou dizem que anda metido. Estou ansioso por saber quem ficou a dever milhões à banca enquanto tem grandes contas em offshores. E onde o socas, que deixou o País na m**da, arranjou verdadeiramente a massa para ir para Paris. E o que têm fcp e scp debaixo das unhas. Ah e claro esse tal de artigo 13 é para ir para as urtigas. Legalização de invasão de contas e servidores! Já! Agora que acabou a parte cómica, se os Países querem informações, as polícias e os investigadores deles que se mexam. Eu se for à esquadra com a gravação duma conversa no telemóvel onde sou ameaçado/insultado, dizem logo "isso não serve de prova pois o outro não deu autorização à gravação". Mas aqui querem informações não importa como foram obtidas. Está bem, mas então aí a primeira parte do comentário deixa de ser ironia para passar a ser sério. Com todas as consequências.
  • José Wahnon
    20 fev, 2019 Odivelas 19:01
    Sem qualquer comentário.

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