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Guaidó assistiu a partida simbólica de camiões com ajuda na fronteira com Colômbia

23 fev, 2019 - 16:42 • Lusa com Redação

Este sábado é a data limite anunciada pelo autoproclamado Presidente interino venezuelano para a entrada no país de 14 camiões e 200 toneladas de ajuda humanitária reunida para a Venezuela.

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O Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, assistiu este sábado, na fronteira com a Colômbia, à partida simbólica de camiões com ajuda humanitária para a Venezuela.

“A ajuda humanitária vai a caminho da Venezuela”, afirmou Guiadó na fronteira em Cúcuta, Colômbia, cerca das 15h35 em Lisboa (11h35 na Venezuela), minutos antes de subir a um camião com ajuda, numa cerimónia transmitida em direto pelas televisões.

Ao lado de Guaidó, estava o Presidente colombiano, Ivan Duque, que antes formalizou a entrega dos camiões com a ajuda humanitária.

“Acaba de ser entregue a ajuda humanitária ao Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Exigimos que seja permitida a sua entrada de forma pacífica em território venezuelano para quem dela necessita”, afirmou Duque, ao lado de Guaidó, do lado colombiano da fronteira, junto à ponte de Tienditas.

Impedi-la “é um atentado contra os direitos humanos e poderia ser considerado um crime contra a humanidade”, acrescentou.

Até às 16h20, não havia ainda informação de fontes independentes sobre a entrada em território venezuelano do comboio humanitário.

Nestas declarações, Juan Guaidó, que há um mês se autoproclamou Presidente interino, apelou às forças armadas do seu país a colocarem-se do “lado correto da história” e permitir a entrada do comboio de camiões.

Hoje é a data limite anunciada pelo autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, para a entrada no país de 14 camiões e 200 toneladas de ajuda humanitária reunida para a Venezuela.

Juan Guaidó, opositor de Maduro e reconhecido por mais de 50 países como Presidente interino do país, prometeu introduzir essa ajuda humanitária na Venezuela neste dia, numa operação para a qual estão mobilizados milhares de cidadãos.

Manifestantes pró e contra regime manifestam-se nas ruas de Caracas

Apoiantes do Presidente Nicolás Maduro saíram hoje às ruas em Caracas para defender a revolução, no mesmo dia em que a oposição realizou concentrações na capital, para exigir a entrada de ajuda humanitária no país.

Vestidos de vermelho e com bonés alusivos à bandeira da Venezuela, os manifestantes leais ao regime do Presidente Nicolás Maduro concentraram-se na Avenida Libertador de Caracas (centro), junto da sede da empresa telefónica Cantv.

Nesse local, com bandeiras do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), do Partido Comunista da Venezuela (PCV) e outras pequenas organizações políticas, vão marchar até ao palácio presidencial de Miraflores, onde mais tarde se realizará um comício em que Nicolas Maduro intervirá.

Do lado da oposição, os manifestantes concentraram-se em sete pontos distintos de Caracas (Santa Fé, Plaza Las Américas, Centro Comercial Millennium, Santa Mónica, Chacaíto, Avenida Vollmer e Altamira), onde esperam instruções para avançar até às principais bases militares de Caracas.

A oposição pretende sensibilizar os militares para que permitam a entrada de ajuda humanitária internacional no país. A ajuda encontra-se na Colômbia, Brasil e na Ilha de Curaçau.

As duas marchas são participadas por menos pessoas que as realizadas nas últimas semanas na capital venezuelana.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos do Presidente Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes e no país residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.

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