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Guaidó na Colômbia para assistir ao festival solidário "Venezuela Aid Live"

23 fev, 2019 - 01:01 • Redação

Oposição a Maduro espera fazer entrar na Venezuela, no sábado, a ajuda humanitária que está armazenada em Cúcuta, na Colômbia.

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O autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, marcou presença esta sexta-feira num festival solidário que se realiza na Colômbia.

Acompanhado pelo homólogo colombiano, Ivan Duque, o líder da oposição a Nicolás Maduro subiu ao palco do "Venezuela Aid Live" e foi aplaudido por milhares de espetadores.

Os presidentes Sebastian Pinera, do Chile, e Mario Abdo Benitez, do Paraguai, também marcaram presença no momento simbólico.

O festival organizado pelo bilionário britânico Richard Branson pretende angariar 100 milhões de dólares em ajuda humanitária para a população venezuelana.

O "Venezuela Aid Live" tem lugar na cidade colombiana de Cúcuta, junto à fronteira com a Venezuela, e tem 35 artistas em cartaz, entre os quais Alejandro Sanz, Maluma, Luis Fonsi e Carlos Vives.

Na cidade de Cúcuta tem estado armazenada ajuda humanitária internacional, nomeadamente alimentos e medicamentos, que tem sido recusada pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro.

As atenções estarão concentradas no sábado nesta cidade, uma vez que a oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, espera fazer entrar na Venezuela a ajuda humanitária que está armazenada em Cúcuta.

Em entrevista à Renascença, o arcebispo de Mérida e administrador apostólico de Caracas, D. Baltazar Porras, disse que o encerramento de fronteiras para impedir a entrada de ajuda humanitária na Venezuela é um ato “desumano” e Nicolás Maduro deve ouvir o “clamor do povo”.

Esta sexta-feira, confrontos na fronteira entre a Venezuela e o Brasil provocaram a morte de pelo menos dois manifestantes.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.

A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou mais de 40 mortos e cerca de mil detenções, incluindo menores, de acordo com várias organizações não-governamentais e o parlamento venezuelano.

A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.

Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

Os mais recentes dados das Nações Unidas estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.

Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.

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