02 mar, 2019 - 22:49 • Redação, com Lusa
Depois de uma semana em que as coisas não lhe correram bem na frente interna e externa, o Presidente norte-americano, Donald Trump, foi este sábado à Conferência da Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla inglesa) atacar a oposição democrata.
Num discurso de cerca de duas horas, em National Harbor, no estado do Maryland, Donald Trump
Trump descreveu a investigação do departamento de Justiça à interferência russa nas eleições como uma “caça às bruxas”.
Alegou que, como ainda não ficou provado qualquer conluio entre a sua candidatura e Moscovo, os democratas na Câmara dos Representantes querem investigar as suas finanças pessoais.
Trump desvalorizou esses esforços de supervisão com uma palavra pouco habitual num Presidente: “bullshit” ou “treta”, em português.
Numa semana marcada pelo fracasso da cimeira com o líder da Coreia do Norte e pela audição no Congresso do seu ex-advogado Michael Cohen, o Presidente disse que está “totalmente fora do guião neste momento”
“Foi assim que fui eleito, saindo do guião. E se nós não sairmos do guião o nosso país fica em grandes apuros porque temos que o recuperar”, afirmou.
Num discurso de pré-campanha para as eleições de 2020, o Presidente norte-americano arrasou a proposta de Novo Acordo Verde dos democratas.
“Eu acho que o Novo Acordo Verde ou lá o que lhe chamam. O Novo Acordo Verde, certo? Eu encorajo-o. Acho que é algo que eles [os democratas] devem promover. Nada de aviões, nada de energia. Quando o vento parar de soprar, é quando acaba a nossa energia. ‘Temos que nos despachar. Querida, o vento está a soprar hoje? Eu queria ver televisão, querida’”, ironizou.
Trump garantiu ainda que estava a brincar quando, na campanha de 2016, encorajou a Rússia a tentar descobrir os 30 mil emails desaparecidos da candidata democrata Hillary Clinton. A audiência do CPAC respondeu com o tradicional slogan dos comícios de Trump: “Prendam-na. Prendam-na”.
“Coreia do Norte não terá qualquer futuro económico se tiver armas nucleares”
Donald Trump falou da Coreia do Norte, para dizer que o regime de Kim Jong-un teria um futuro económico brilhante se tivesse assinado um acordo de desnuclearização na cimeira desta semana no Vietname.
“A Coreia do Norte terá um incrível, brilhante futuro económico se fizerem um acordo, mas eles não terão qualquer futuro económico se tiverem armas nucleares, avisou.
O presidente dos Estados Unidos disse este sábado que, em breve, o califado proclamado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) terá desaparecido.
"Amanhã ou depois teremos 100% do califado", declarou Trump, que defendeu a sua decisão de retirar as tropas norte-americanas da Síria, anunciada em dezembro passado.
"Fomos para a Síria por quatro meses e acabámos por ficar cinco anos", lamentou, criticando o seu antecessor, Barack Obama, por se ter envolvido em "conflitos intermináveis".
"Como é possível que sejam necessários dois anos para conquistar um ou dois por cento do que resta do califado?", afirmou, numa alusão aos detratores de uma retirada imediata da Síria.
As afirmações de Trump foram feitas depois de ter sido lançada na sexta-feira uma ofensiva das Forças da Síria Democrática, uma aliança liderada pelas milícias curdas e apoiada por Washington, contra a cidade de Al Baguz, último reduto do Estado Islâmico no país.
Os Estados Unidos iniciaram a sua intervenção na Síria no âmbito de uma coligação internacional em setembro de 2014, meses depois dos extremistas proclamarem um califado nesse país e no Iraque.