06 mar, 2019 - 15:29 • João Carlos Malta
A Venezuela vai explusar o embaixador alemão, Daniel Martin Kriener. Em comunicado divulgado esta quarta-feira, o ministro venezuelano dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, afirma que o diplomata alemão passa a ser considerado "persona non grata".
"É inaceitável que um representante estrangeiro exerça no nosso território um papel político que tem mais a ver com a de um dirigente político, em clara aliança com a agenda de conspiração dos setores extremistas da oposição venezuelana", escreve o Governo liderado por Nicólas Maduro.
Daniel Martin Kriener tem 48 horas para abandonar o território da Venezuela.
No mesmo documento, que Arreaza publicou na rede social Twitter, lê-se que "as atividades do senhor Kriener não só contradizem as normas essenciais que regem as relações diplomáticas, bem como contrariam o que está expresso na própria legislação alemã".
A Venezuela considera que a atuação da Alemanha neste período de crise que o país atravessa "é um ato de ingerência ilícita" e "um ato hostil e inamistoso".
Na missiva, a Venezuela assume-se como irrevogavelmente "livre independente", pelo que não admite a diplomatas estrangeiros atos que considera serem de intromissão na política interna.
Por fim, o Governo de Maduro diz que tudo fará para manter uma relação de respeito e colaboração com todos os países da Europa, desde que estes adoptem uma "atitude de equílibrio construtivo" e que facilite uma solução dialogada, ao invés de "dar apoio a golpistas violentos".
Alemanha responde com apoio "inabalável" a Guaidó
O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros já reagiu. Heiko Maas fala numa decisão “incompreensível” de Nicolás Maduro que agrava a situação em vez de atenuar as tensões”.
“O apoio europeu a Juan Guaidó é inabalável”, declarou o chefe da diplomacia alemã.
O embaixador na Venezuela vai regressar à Alemanha para consultas, adiantou o ministro.
No meio de Fervereiro, numa ação que decorreu no Parlamento venezuelano, Daniel Martin Kriener assumiu o apoio ao autoproclamado presidente, Juan Guaidó.
“A Alemanha reconhece a legitimidade de Juan Guaidó na presidência do país. É hora de atuar e oferecemos cinco milhões de euros destinados a ajuda humanitária”, disse o embaixador alemão, .
“Identificamos na situação venezuelana e com absoluta clareza elementos que nos obrigam, como parte da comunidade internacional, a acender os alarmes por razões humanitárias. Por isso a Alemanha, juntamente com os seus parceiros na União Europeia têm declarado que a situação na Venezuela requer uma atenção humanitária urgente”, disse Kriener.
O diplomata precisou que “na situação venezuelana não se trata de uma crise humanitária como as que são consequência de conflitos armados, ou desastres de origem natural. É uma emergência humanitária, complexa, porque as suas causas são humanas”, referindo-se ao governo de Nicolas Maduro.
[notícia atualizada às 18hd47]