10 mar, 2019 - 20:25 • Reuters
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O acidente na Etiópia, este domingo, que envolveu a versão mais vendida do 737 da Boeing, está a pôr os holofotes à volta desta aeronave. Esta é a segunda queda em apenas cinco meses, do modelo da Boeing, depois do acidente na Indonésia.
O Boeing 737 MAX 8, operado pela Ethiopian Airlines, caiu seis minutos após a descolagem de Adis Abeba, e que tinha como destino Nairobi, no Quénia.
Morreram os 157 passageiros que seguiam a bordo. Um modelo semelhante comprado pela Lion Air caiu na costa da Indonésia em outubro de 2018, matando os 189 que seguiam a bordo.
As autoridades e os analistas afirmam que é cedo para dizer se há alguma ligação entre os dois incidentes.
O 737 da Boeing é a família de aviões de passageiros mais vendida no mundo e é considerado um dos mais confiáveis da indústria. O MAX 8 é a versão mais recente da aeronave, que a Boeing lançou em 2017. É uma atualização do 737, que já conta com 50 anos.
Até o final de janeiro, a Boeing entregou 350 aviões MAX 8. Já estão encomendadas 5.011 unidades deste modelo.
A Southwest Airlines Co, com sede em Dallas, é a maior operadora do MAX 8, com 31 aeronaves, seguida pela American Airlines Group Inc e pela Air Canada, com 24 cada uma.
A Southwest está em contato com a Boeing e "continua confiante na segurança e na aeronavegabilidade da frota de mais de 750 aeronaves Boeing", disse o porta-voz Chris Mainz num comunicado.
A American e a Air Canada disseram que estavam a monitorizar de perto a investigação.
Um relatório preliminar sobre o acidente da Lion Air focou na manutenção e no treino da companhias aéreas e na resposta técnica de um sistema da Boeing para um sensor recentemente substituído.
A Boeing está a trabalhar numa nova versão do software, enquanto insiste que os procedimentos do cockpit já estavam em vigor para lidar com problemas que o avião da Lion Air experienciou.
O analista de aviação Scott Hamilton alertou que as comparações entre os dois acidentes podem ser contraproducentes, especialmente antes da caixa preta ser recuperada.
A companhia etíope tem uma forte reputação e um bom histórico de segurança, disse o mesmo especialista.
A Boeing já enfrenta uma série de processos judiciais nos Estados Unidos por causa do acidente da Lion Air, incluindo cinco casos no tribunal federal dos EUA em Illinois, onde a Boeing tem sua sede em Chicago.
O 737 MAX 8 utiliza motores LEAP-1B fabricados pela CFM International, uma "joint venture" da General Electric Co e Safran SA.