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Ataque contra duas mesquitas faz 49 mortos. "É um dos dias mais negros da Nova Zelândia"

15 mar, 2019 - 01:50 • Redação

Atacante transmitiu massacre em direto na internet. Quatro suspeitos foram detidos pelas forças de segurança, mas pode haver mais em fuga. Primeira-ministra já falou ao país.

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Nova Zelândia. Ataque contra duas mesquitas faz 40 mortos
Nova Zelândia. Ataque contra duas mesquitas faz 40 mortos

Um ataque contra duas mesquitas da cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, provocou 49 mortos e deixou mais de 20 pessoas feridas com gravidade. É o mais recente balanço feito pela polícia neozelandesa.

A maioria, 41 pessoas, morreu no ataque à mesquita de Deans Avenue. Oito morreram na outra mesquita e uma morreu no hospital. Pelo menos 48 pessoas, incluindo crianças, estão hospitalizadas devido a ferimentos a bala no hospital de Christchurch. Cerca de dez feridos tiveram de ser operados de urgência no hospital depois do ataque.

Este já é considerado o maior ataque de sempre na história da Nova Zelândia.

As forças de segurança prenderam quatro suspeitos, três homens e uma mulher, mas não excluem a hipótese de haver outros elementos em fuga. De acordo com a primeira-ministra, os quatro detidos partilham visões extremistas, mas não constavam, até agora, das listas das autoridades neozelandesas nem australianas. Um dos detidos já foi acusado oficialmente por homicídio.

"Tanto quanto fui informada, os que estão detidos, não estavam em qualquer lista de indivíduos sob vigilância, não estavam em nenhuma lista ativa. Mas a polícia, claro, está de momento a questioná-los", disse Jacinda Ardern, primeira-ministra da Nova Zelândia.

Mais tarde, numa conferência de imprensa, o comissário Mike Bush adiantou que "um homem na casa dos 30 anos foi acusado de assassínio e será presente a tribunal amanhã de manhã". "Outras três pessoas foram detidas. Acreditamos que uma delas que estava armada e na zona dos ataques pode não ter nada a ver com estes incidentes. Quanto às outras duas, que estavam armadas e no local, estamos a trabalhar para perceber qual será o seu possível envolvimento", esclareceu em conferência de imprensa.

De acordo com o comissário Mike Bush, foi encontrado um carro com engenhos explosivos improvisados, mas as bombas foram desativadas pelas autoridades. As autoridades admitem que o ataque foi "muito bem planeado".

“Estamos a lidar com uma série de eventos muito graves e trágicos em Christchurch. Há vários mortos em duas mesquitas. Não sabemos se há mais vítimas noutros locais", afirma o responsável da polícia neozelandesa.

Até ao alerta de segurança terminar todas as mesquitas do país devem ficar encerradas e os fiéis foram aconselhados a evitar as zonas dos locais de culto.

Um homem de 28 anos, natural da Austrália, que se identificou pelo nome Brenton Tarrant, transmitiu o massacre na mesquita de Al Noor, em direto, na internet, através de uma câmara instalada no seu capacete. As autoridades estão a tentar remover o vídeo de 17 minutos das redes sociais. O conteúdo das imagens é chocante.

Na primeira reação ao ataque, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, afirmou que este "é um dos dias mais negros da história da Nova Zelândia".

"Estamos perante um ato de violência sem precedentes, que não pode ter lugar na Nova Zelândia. Nós não somos assim", declarou Jacinda Ardern.

"O ataque ocorreu num local onde as pessoas deviam poder expressar a sua liberdade religiosa, num ambiente seguro, e isso não aconteceu hoje. Não há lugar na Nova Zelândia para atos desta violência extrema sem precedentes. As pessoas que foram atacadas, a Nova Zelândia é a sua casa, deviam estar seguras aqui. A pessoa que os violentou não tem lugar na nossa sociedade", declarou a chefe do Governo.

Pelo menos homem armado entrou na mesquita Al Noor, pelas 13h40 locais (01h40 em Lisboa). Durante cerca de 20 minutos, disparou contra os fiéis que estavam no templo para as orações da tarde. Depois foi noticiado outro ataque na mesquita de Linwood, a alguns quilómetros de distância.

A polícia confirmou que está a lidar com uma "situação crítica". Foi montada uma caça ao homem para tentar neutralizar o suspeito.

Fonte da polícia disse ao jornal "The Guardian" que foi encontrada uma bomba numa viatura acidentada. A zona foi evacuada.

Há informações não confirmadas de que o atacante divulgou um manifesto de 37 páginas na internet.

Uma testemunha disse à televisão ABC News que ouviu cerca de 20 disparos e que se escondeu nas traseiras da mesquita de Al Noor.

"Havia muito sangue no chão. Não vi o atirador", disse a mesma fonte.

Na altura do ataque estariam cerca de 300 pessoas no interior da mesquita, disse uma testemunha à rádio pública.

A cidade está em alerta e as escolas foram encerradas por motivos de segurança. A população foi aconselhada a ficar em casa.

Jogadores da seleção de cricket do Bangladesh estavam na zona da mesquita na altura do ataque, mas não ficaram feridos, segundo um treinador citado pela agência Reuters.

[notícia atualizada às 11h10]

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