18 mar, 2019 - 13:40 • Redação
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, admite que o balanço de vítimas mortais decorrente da passagem do ciclone “Idai” pelo país no final da semana passada pode ser superior a mil.
“Formalmente, há registo acima de 84 óbitos, mas quando sobrevoamos [a zona], tudo indica que poderemos registar mais de mil óbitos”, afirmou esta segunda-feira de manhã.
Numa declaração ao país, Filipe Nyusi confirmou que há mais de 100 mil pessoas em risco e que cidades como a Beira e Dondo estão isoladas por via terrestre.
“Mais de 100 mil pessoas correm perigo de vida. Atualmente, a estrada nacional n.º 6 sofreu quatro cortes visíveis e esse número poderá aumentar a qualquer momento, isolando por terra as cidades da Beira e Dondo”, alertou.
Além disso, há “aldeias inteiras” que desapareceram devido ao transborde das águas dos rios Pungue e Búzi. Várias comunidades ficaram isoladas “e vê-se, nos voos, corpos a flutuar”.
É ainda possível ver pessoas em cima de árvores e nos telhados à espera de ajuda.
“Um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções”, resume o Presidente moçambicano, que agradece o apoio internacional.
Filipe Nyusi diz que a prioridade agora é salvar vidas antes de apurar quem tem culpas. Nesse sentido, está montada uma operação aérea, com aviões e helicópteros, para tentar resgatar pessoas, sobretudo na Beira.
A devastação é enorme. Jamie LeSueur, que lidera a equipa de avaliação da organização de ajuda humanitária Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC) na Beira, já disse que “a situação é terrível.
“Quase tudo está destruído. As linhas de comunicação foram completamente cortadas e as estradas foram destruídas. Algumas comunidades afetadas não são acessíveis”, descreveu.
A Unicef Moçambique também está no terreno, a prestar apoio a milhares de famílias.
Segundo o ministro português dos Negócios Estrangeiros, "não há, até ao momento", registo de portugueses mortos ou feridos na passagem do ciclone “idai”. Augusto Santos Silva admite, por outro lado, que alguns "bens de portugueses" tenham sido afetados.