22 mar, 2019 - 09:00 • Redação
Moçambique necessita urgentemente de ajuda, mas também deve dar um exemplo de boa governação na distribuição da ajuda que está a chegar ao país. É o que defende a eurodeputada portuguesa Ana Gomes, que se encontra em Moçambique.
"Toda a gente está extremamente solidária com o povo moçambicano, em particular com as vítimas que estão a sofrer tremendamente, mas também toda a gente quer ter a certeza que a ajuda que está a dar vai efetivamente chegar àqueles que mais precisam”, explica em entrevista à Renascença.
A eurodeputada considera que esta “é uma oportunidade para Moçambique, e para toda a comunidade internacional, de mostrar organização e controlo” na gestão dos apoios.
Ana Gomes destaca o envolvimento da comunidade internacional, e em particular da União Europeia, nesta primeira fase de apoio de emergência a Moçambique. Porém, antevê um longo período de recuperação das zonas afetadas. “A reconstrução vai ser de longo prazo”, afirma.
O número de vítimas mortais do ciclone Idai subiu para mais de 600, nos três países mais afetados pela intempérie. Em Moçambique estão confirmados 293 mortos, no Zimbabué 259 e no Maláui 56.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, decretou o estado de emergência nacional na terça-feira e disse que 350 mil pessoas “estão em situação de risco”.
O ciclone Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na noite de 14 de março, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.