22 mar, 2019 - 07:10 • Redação com Lusa
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O número de vítimas mortais do ciclone Idai subiu para mais de 600, nos três países mais afetados pela intempérie. Em Moçambique estão confirmados 293 mortos, no Zimbabué 259 e no Maláui 56.
À Renascença, Paulo Tomás, porta-voz do Instituto Moçambicano de Gestão de Calamidades, adiantou a mais recente atualização do Centro Nacional Operativo de Emergência, baseado na cidade da Beira, onde decorrem todas as operações de assistência humanitária: 293 mortos confirmados e 1.511 feridos; quanto a afetados pelas cheias são agora 344 mil só na província de Sofala.
O número de vítimas tem vindo a crescer todos os dias e o grau de devastação é enorme. Teme-se o que virá a seguir, com a propagação de doenças.
O Governo moçambicano estima ainda que 30% dos centros de desalojados estejam sem recursos alimentares.
Portugal envia terceiro avião com ajuda
Ao terreno deve chegar, esta sexta-feira, o primeiro avião C-130 com apoio português. Na última noite partiu um outro C-130 e um terceiro avião deverá sair ainda esta sexta-feira.
A revelação foi feita na última noite, pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, em Figo Maduro, onde assistiu à partida do segundo C-130 da Força Aérea Portuguesa.
Este terceiro avião de ajuda portuguesa é uma aeronave comercial, fretada pelo Estado português e vai transportar elementos da Força Especial de Bombeiros, da Guarda Nacional Republicana e bombeiros de corporações do distrito de Santarém, bem como nove pessoas do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses e duas do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária, para ajudarem na identificação das vítimas mortais.
A bordo vão também entre 10 a 12 embarcações semirrígidas para ajudarem nas operações de apoio e resgate que estão a decorrer em Moçambique, afetado pelo ciclone, que causou pelo menos 242 mortos.
Os técnicos portugueses esperados esta sexta-feira no centro de Moçambique vão apoiar as operações de busca e salvamento, com uma equipa de fuzileiros que já tinha estado numa missão anterior no país. A força inicial integra também uma equipa médica do Exército português e meios para ajuda médica de emergência, incluindo camas, tendas e outros equipamentos.
Este primeiro C-130 transporta ainda um oficial de engenharia cuja missão fundamental é identificar as necessidades mais prementes do ponto de vista do restabelecimento das comunicações.
Na próxima segunda feira vai partir para Moçambique um outro avião, fretado pela Cruz Vermelha. O presidente da instituição, Francisco George diz já ter angariado mais de 400 mil euros, no âmbito da designada Operação Imbondeiro. Mais de metade da verba servirá para pagar a ligação aérea.
A Cruz Vermelha Internacional indicou que pelo menos 400.000 pessoas estão desalojadas na Beira, considerando que se trata da “pior crise” do género em Moçambique.
De acordo com números divulgados na quinta-feira pelo Programa Mundial Alimentar das Nações Unidas, a passagem do ciclone Idai por Moçambique, Zimbabué e Maláui atingiu pelo menos 2,8 milhões de pessoas.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, decretou o estado de emergência nacional na terça-feira e disse que 350 mil pessoas “estão em situação de risco”. Moçambique cumpre esta sexta-feira o terceiro e último dia de luto nacional.
O ciclone Idai, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira (centro de Moçambique) na noite de 14 de março, deixando os cerca de 500 mil residentes na quarta maior cidade do país sem energia e linhas de comunicação.