25 mar, 2019 - 18:19 • Celso Paiva Sol com Lusa
A Cáritas portuguesa já enviou para Moçambique 61 mil euros, que estão a ser usados na compra de kits de alimentação e higiene.
25 mil euros foram avançados pela organização logo que foi conhecida a extensão da tragédia, e os restantes 36 mil já foram angariados pela Campanha Cáritas Apoia Moçambique.
O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca, explicou esta tarde em conferencia de imprensa, em Lisboa, que a recolha de fundos, no âmbito da campanha “Cáritas Ajuda Moçambique”, tem como objetivo permitir a compra local de bens de primeira necessidade, ajudando também a revitalizar a economia daquele país num momento de catástrofe.
“Não estamos a receber géneros, roupas, medicamentos e alimentos porque Moçambique ficou ainda mais pobre com este drama", disse adiantando que esta é também uma ajuda para criar dinamismo económico.
Por outro lado, explicou, a experiência nestas situações já permite avaliar que os custos da logística para enviar os bens pode ser canalizado para a compra dos bens localmente, que há o perigo de extravio e que por vezes, como é o caso, não existem locais suficientes para armazenamento.
"Todo o dinheiro angariado será diretamente para a satisfação das necessidades locais", frisou.
Face ao apelo lançado pela Cáritas Moçambicana, através da rede internacional, a Cáritas Portuguesa ativou de imediato o seu Fundo de Emergências Internacionais disponibilizando 25 mil euros.
Além disso, adiantou Eugénio Fonseca, de forma voluntária e ainda sem uma campanha oficial de solidariedade, a população portuguesa doou 36.300 euros.
“Tivemos muitos telefonemas de pessoas a perguntar como poderia ajudar”, disse.
As duas verbas, explicou, foram imediatamente disponibilizadas à Cáritas Moçambique permitindo adquirir localmente dois mil kits de alimentação e quatro mil kits de higiene e saúde, que contem sabão e redes mosquiteiras.
Quatro mil agregados familiares foram já auxiliados prevendo a Cáritas Portuguesa que os contributos que surgirem aumentem o número de famílias apoiadas.
Agora o desafio feito à população portuguesa é que contribua para o donativo através do IBAN-PT50 003300000109004015012, do multibanco com a entidade “22222” e a referência "222 222 222”, em transferências “Ser Solidário e por MB WAY 911597284.
De acordo com informações da Cáritas Moçambicana, as principais necessidades das famílias afetadas continuam a ser alimentos, água, roupa, abrigo, utensílios de cozinha e higiene.
A coordenação da atuação feita pela Caritas International que tem já no terreno um elemento especialista em resposta de emergência e que está a trabalhar diretamente com os responsáveis da Cáritas Moçambique e o CRS (Cáritas United States).
Segundo as Nações Unidas, o ciclone Idai afetou 1,85 milhões de pessoas em Moçambique, estimando-se que mais de 480 mil tenham sido desalojadas pelas cheias que submergiram e destruíram uma área de mais de 3.000 quilómetros quadrados.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 762 mortos, segundo os balanços oficiais mais recentes.
Em Moçambique, o número de mortos confirmados subiu hoje para 447, no Zimbabué foram contabilizadas 259 vítimas mortais e no Maláui as autoridades registaram 56 mortos.
O governo moçambicano adiantou que estes números ainda são provisórios, já que à medida que o nível da água vai descendo vão aparecendo mais corpos.