27 mar, 2019 - 11:58 • João Cunha, enviado especial a Moçambique, com Lusa
Os fuzileiros localizaram esta quarta-feira o cidadão português que, entre os incontactáveis após a passagem do ciclone Idai em Moçambique, inspirava maior preocupação às autoridades portuguesas.
"A situação que merecia, desde o primeiro momento, preocupação alargada na listagem de incontactáveis era este português, que acabou de ser descoberto pela nossa equipa de fuzileiros na zona de Buzi", afirmou o secretário de Estado da Proteção Civil.
José Artur Neves, que se encontra na Beira desde segunda-feira e aí deverá permanecer até ao final da semana, disse ter sido possível chegar à fala com este homem, de 70 anos.
"Era conhecido na embaixada, no consulado e na comunidade portuguesa. Estava incontactável e merecia preocupação por parte dos filhos que já se tinham dirigido várias vezes ao consulado", adiantou.
De acordo com o secretário de Estado, o português agora resgatado, registado no consulado português há vários anos, está bem.
"Merecia de facto preocupação, porque era conhecido e reconhecido pela comunidade", sublinhou ainda o governante.
De acordo com informações apuradas pela Renascença, este cidadão português está bem de saúde, apesar de ter passado um mau bocado nos últimos dias.
A listagem de portugueses incontactáveis inclui agora cinco nomes, “mas que já estavam antes”, adianta José Artur Neves. “Não são conhecidos da comunidade, nem sequer os seus nomes constam no consulado. São referências de pessoas amigas, de familiares que têm dado nota de que essas pessoas poderão estar por cá, mas não há a certeza", explicou à agência Lusa.
O secretário de Estado da Proteção Civil está na região da Beira em contacto com a comunidade de 2.500 portugueses e a acompanhando as forças operacionais ali deslocadas, compostas por 110 elementos.
As forças militares e de proteção civil estão envolvidas em diversas atividades, entre as quais a distribuição de alimentos e purificação de água no distrito de Buzi, o mais alagado.
A passagem do ciclone Idai em Moçambique, no Zimbabué e no Maláui fez pelo menos 786 mortos e afetou 2,9 milhões de pessoas, segundo dados das agências das Nações Unidas.
Moçambique foi o país mais afetado, registando até ao momento 468 mortos e 1.522 feridos, segundo as autoridades moçambicanas, que dão ainda conta de mais de 135 mil pessoas a viverem atualmente em centros de acolhimento, sobretudo na região da Beira.
[notícia atualizada às 19h54]