29 mar, 2019 - 08:13 • , enviado da Renascença a Moçambique, com Redação
Já há casos de malária confirmados em Moçambique, como consequência da passagem do ciclone Idai. A informação foi avançada, esta manhã, pelo diretor-geral de Saúde moçambicano, Ussein Isse.
Confirma-se, assim, um dos maiores receios das autoridades moçambicanas. Estes casos de malária somam-se aos de coléra já registados. Só na cidade da Beira, capital da província de Sofala, há pelo menos 139 pessoas diagnosticadas com cólera.
Em conferência de imprensa, esta sexta-feira, o ministro moçambicano da Terra e Ambiente, Celso Correia, adiantou ainda que o número oficial de mortos subiu para 493. O aumento que, diz Celso Correia, “era expectável”. “Agora vamos recolhendo informação noutras áreas a que não tínhamos acesso”, justifica.
Questionado sobre as denúncias de largas centenas de mortos no interior do país, junto ao Zimbabué, Celso Correia pede a quem tem essa informação que a faça chegar às autoridades. "É importante que haja consciência que ainda estamos numa situação de emergência. Todo o desdobramento que foi feito foi para salvar vidas e todo o trabalho paralelo está a ser feito”, disse o ministro moçambicano aos jornalistas.
Na província de Sofala, foram instalados nove centros de tratamento de cólera e uma campanha de vacinação deverá iniciar-se no princípio da próxima semana, prevendo-se que um milhão de pessoas desta província possam ser vacinadas.
De acordo com o departamento das Nações Unidas dos Assuntos Humanitários, foram ainda detetados 2.500 casos de diarreia aguda na região.
O ciclone Idai provocou inundações extensas e as águas estagnadas, corpos em decomposição e a falta de higiene nas populações são propícias ao aparecimento de propagação da cólera, além de malária e surtos de diarreia.
O Presidente de Moçambique anunciou esta quinta-feira o fim das operações de busca e salvamento de vítimas.