27 mar, 2019 - 09:08 • João Cunha , enviado da Renascença a Moçambique, com redação
Estão confirmados cinco casos de cólera num bairro da cidade da Beira. O diretor-geral de Saúde moçambicano, Ussein Isse, afirma que é inevitável que se propague e admite que o desafio é grande.
“Quando temos um caso, é expectável que surjam mais na comunidade”, disse Ussein Isse aos jornalistas, esta quarta-feira
Nos últimos dias, foram registados 2.700 casos de diarreia aguda, que pode ser um sintoma de cólera.
No sábado, deverá chegar a Moçambique um milhão de doses de vacinas contra a cólera. A partir de segunda-feira, começa uma massiva campanha de vacinação.
Confirma-se assim um dos cenários mais temidos pelas autoridades moçambicanas, após a passagem do ciclone Idai. Sem água potável, são muitos os que têm recorrido à água do rio para se hidratarem, aumentando o risco de contrair doenças.
Com a região inundada e sem saneamento básico, a cólera passa para a água e comida, criando-se um ambiente propício à sua propagação.
O número oficial de mortos devido ao ciclone Idai subiu para 468, segundo o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique.
O número de pessoas diretamente afetadas pelo ciclone também aumentou, registando-se nos 797 mil e cerca de 127 mil estão a receber assistência nos centros de acolhimento preparados para o efeito.
O ciclone Idai atingiu com particular força Moçambique, Malawi e o Zimbabué. Dado o impacto e o cenário de destruição deixados pela força do vento e as inundações, espera-se que o número de mortos continue a subir enquanto prosseguem as operações de busca e de resgate.