02 abr, 2019 - 08:07 • Redação com Lusa
O número de mortos provocados pelo ciclone Idai e as cheias que se seguiram subiu para 598, anunciaram as autoridades moçambicanas, esta terça-feira.
O último balanço, apresentado pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), acrescenta mais 80 vítimas mortais aos números de ontem.
No domingo as autoridades de saúde da Beira, uma das províncias mais castigadas pelo ciclone, confirmaram a primeira morte resultado da cólera. No total, já foram registados 517 casos de infeção por cólera. Na segunda-feira arrancou uma campanha de vacinação contra a doença.
O ciclone de março afetou mais de 840 mil pessoas e provocou inundações extensas e águas estagnadas. Corpos em decomposição,
ausência de canalizações e esgotos e a falta de higiene são propícias ao
aparecimento e à propagação da cólera, além de malária e surtos de diarreia.
O total de desalojados em centros de acolhimento mantém-se em 140.784, assim como o número de famílias beneficiárias de assistência humanitária: 29.098. O número de casas totalmente destruídas ascende a 56.095 (com outras 28.129 parcialmente danificadas), sendo que a maioria são habitações de construção precária.
A região enfrenta agora o perigo de fome e epidemias, com 271 casos de cólera já registados na cidade da Beira.
O ciclone Idai atingiu a região centro de Moçambique, o Maláui e o Zimbabué a 14 de março.
Além de ter provocado mais de 800 mortos no total, a passagem do Idai afetou 2,9 milhões de pessoas nos três países, segundo dados das agências das Nações Unidas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) inicia na quarta-feira um programa de vacinação oral contra a cólera, de 900 mil unidades.
A região enfrenta agora o perigo de fome e epidemias, com 271 casos de cólera já registados na cidade da Beira.
A agência da ONU para a Alimentação e Agricultura (FAO) calcula que sejam necessários 19 milhões de dólares (16,9 milhões de euros) durante os próximos três meses para ajudar os mais afetados pelo ciclone em Moçambique.
Os números da FAO apontam para que cerca de 400 mil hectares de cultivo tenham sido afetados, essencialmente de milho e sorgo, nas províncias centrais de Manica e Sofala, poucos meses antes do período de colheitas.