Cem baleias mantidas em cativeiro vão ser devolvidas ao mar

A história de 90 baleias e 10 orcas belugas (baleia branca) retidas numa num centro do leste da Rússia para serem vendidas a aquários chineses poderá ter um final feliz.

Jean-Michel, filho do famoso oceanógrafo Jacques Cousteau, divulgou em seu Twitter o documento assinado pelo governador de Primorsky, Oleg N. Kozhemyako, seguido da frase: “Momento histórico para as baleias!”

A libertação das orcas do chamado Centro de Adaptação para Animais Marinhos, mais conhecido como “prisão das baleias” foi anunciada na segunda-feira, após a mediação de cientistas russos e estrangeiros, como o oceanógrafo e ambientalista Jean-Michel Cousteau.

A operação de resgate começará entre maio e junho. A demora deve-se ao facto de ser necessário, primeiro, criar condições muito semelhantes ao habitat natural destes animais antes da devolução ao oceano, explicou o governador russo.

Todo o processo para a reabilitação dos animais marinhos custará cerca de 300 milhões de rublos (cerca de quatro mil euros). Um fundo internacional ficará responsável por todas as despesas, declararam ainda as autoridades russas.

De acordo com os cientistas envolvidos na libertação das baleias e orcas, o sistema imunológico dos animais ficou muito debilitado nos últimos meses, devido ao stress provocado pela captura e pelo processo de adaptação às condições em que são mantidos.

Segundo os ambientalistas, na “prisão de baleias” tentava-se domesticar os animais para os vender a parques marinhos e aquários na China como atração.

A associação ambientalista Greenpeace da Rússia confirma ainda que estes animais marinhos foram capturados ilegalmente em outubro, no mar de Okhotsk, e podem valer milhões de dólares no mercado chinês.

Foi nessa altura que o Greenpeace divulgou imagens que chocaram e chamaram a atenção de todo o mundo. As fotos mostravam orcas e belugas com furúnculos e manchas, que os especialistas atribuem a infeções virais, bacterianas e micóticas.

Seguiram-se várias manifestações e, em março, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou que o governo encontrasse uma saída para as baleias. O ator norte-americano Leonardo Dicaprio foi uma das pessoas que aderiu à causa.