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Chefe do Conselho Militar de Transição do Sudão demite-se e nomeia sucessor

13 abr, 2019 - 11:18 • Lusa

As Forças Armadas depuseram Omar al-Bashir e dizem que será julgado no país, mas o povo está nas ruas a pedir um governo civil.

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O chefe do Conselho Militar de Transição do Sudão, que dirigia o país desde a destituição na quinta-feira do Presidente Omar al-Bashir, anunciou este domingo a sua demissão, nomeando e o seu sucessor.

Awad Ibn Ouf nomeou como seu sucessor o general Abdel Fattah al-Burhan Abdelrahmane.

Ibn Ouf anunciou a sua demissão num discurso dirigido à nação que foi transmitido pela televisão estatal, numa altura em que os sudaneses se manifestam diariamente em frente ao quartel-general do Exército em Cartum para reclamar a transição do poder com personalidades civis.

Na quinta-feira de manhã, o ministro da Defesa do Sudão, Awad Ahmed Benawf, surgiu em uniforme militar na televisão pública sudanesa e anunciou a destituição de al-Bashir e a realização de "eleições livres e justas", após um período de transição de dois anos durante o qual o país será governado por um Conselho Militar de Transição.

Os militares decretaram estado de emergência para os próximos três meses, suspenderam a Constituição e fecharam as fronteiras e o espaço aéreo do país.

Este sábado, um oficial do Exército sudanês afirmou que as autoridades militares não vão extraditar o Presidente deposto, mas irão julgá-lo no país.

Omar al-Bashir foi destituído e detido na quinta-feira pelas Forças Armadas, depois de mais de quatro meses de contestação popular.

Os protestos, inicialmente motivados pelo aumento dos preços do pão e de outros bens essenciais, acabaram por transformar-se num movimento contra Al-Bashir, que liderava o país desde 1989, depois de ter chegado ao poder através de um golpe de Estado.

Omar al-Bashir é alvo de dois mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade cometidos durante o conflito em Darfur (oeste do Sudão), que, de acordo com as Nações Unidas, causou mais de 300 mil mortos, desde 2003, e obrigou cerca de 2,5 milhões a abandonarem as suas casas.

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