14 abr, 2019 - 16:38
Pelo menos 1,6 milhões de crianças precisam de assistência urgente ao nível dos cuidados de saúde, nutrição, proteção, educação, água e saneamento.
O alerta é lançado pela Unicef, que, em comunicado, esclarece que “qualquer interrupção prolongada no acesso a serviços essenciais pode levar a surtos de doenças e picos de subnutrição, a que as crianças são especialmente vulneráveis".
Um mês depois da passagem do ciclone Idai por Moçambique, o fundo das nações unidas para a infância revela particular preocupação com “o acesso a serviços básicos por parte de mais de 130 mil crianças que permanecem deslocadas, a maioria das quais em Moçambique e no Malaui", sublinhando que mais de 200 mil casas foram destruídas pela tempestade, só em Moçambique.
Entre os 1,6 milhões de crianças a precisar de assistência, um milhão são crianças moçambicanas, a que se juntam 443 mil no Malaui e 130 mil no Zimbabué, aponta a Unicef. Só em Moçambique, já se registaram cerca de 4.600 casos de cólera e 7.500 de malária.
Enquadrado no apelo de emergência de 107 milhões de euros para o apoio humanitário feito pela organização, a Unicef Portugal angariou um milhão de euros de donativos que já foram transferidos para o Fundo de Emergência para Moçambique.
O fundo das nações unidas para a infância forneceu vacinas para imunizar com sucesso 900 mil pessoas contra a cólera, iniciou a distribuição de 500 mil redes mosquiteiras para proteger as crianças da malária e ajudou a restaurar o abastecimento de água para 500 mil pessoas na cidade da Beira.
No Malaui, a Unicef já forneceu água potável a mais de 53 mil pessoas e instalações sanitárias para mais de 51 mil pessoas. Estão ainda a ser distribuídos medicamentos, em clínicas médicas móveis, 'kits' de educação e recreativos. A organização conta, também com o apoio de professores voluntários.
No Zimbabué, a Unicef forneceu a mais de 60 mil pessoas "informações essenciais para prevenir doenças transmitidas pela água" e lançou, na passada segunda-feira, uma campanha de vacinação para proteger mais de 480 mil pessoas contra a cólera, em parceria com o Ministério Zimbabueano da Saúde e Assistência à Criança e a Organização Mundial de Saúde.
Em Moçambique, o ciclone Idai fez 602 mortos, 1.641 feridos e afetou mais de 1,5 milhões de pessoas no país.