15 abr, 2019 - 19:37 • Redação
Veja também:
A portuguesa Inês Cristo, emigrante em Paris (vive paredes-meias com a Catedral de Notre-Dame) há dois anos e meio, descreve à Renascença o “incêndio imenso” a que vem assistindo desde a primeira hora. “Dei conta do incêndio por volta das sete da tarde, mais ou menos. Fui informada por um amigo meu. E mal fui à janela consegui ver logo. Estava um incêndio imenso, um fumo amarelado a sair, nunca tinha visto uma coisa assim”, conta.
Depressa se aproximou do local. O cenário era dantesco. “A parte da abóbada, por cima da nave, estava a receber obras de recuperação, e como aquela estrutura, principalmente no tecto, é toda em madeira, foi consumida muito rapidamente. Neste momento a estrutura já cedeu, a torre central, o pináculo, também já cedeu, já não existe.”
Neste momento, os bombeiros vão procurando conter a propagação das chamas, relata a emigrante portuguesa, bióloga de profissão. “Os bombeiros tinham um canhão de água, aqui na parte lateral da catedral, mas não conseguiam atingir a altura necessária. Ainda vi alguns bombeiros no topo, a tentar enfrentar as chamas, nem sei como é que eles conseguiam lá estar. As pontes que atravessam a ilha [Île de la Cité] da catedral, a frontal e a traseira, estão completamente vedadas. Já passaram bastantes carros dos bombeiros. Foi tudo muito rápido. Agora o fogo já está a acalmar, porque também já não tem mais nada para consumir ali”, explica Inês Cristo.
Agora, o tempo é de lamento. “À minha volta estavam muitos franceses, completamente incrédulos e bastante tristes, porque é um monumento histórico da cidade. E muitos faziam menção à altura em que calha, porque calha mesmo mal, na altura da Páscoa.”