27 abr, 2019 - 01:23 • Redação, com agências
Alertas contra a ascensão do populismo e de risco de dissolução do país, acusações de traição e dramatização máxima marcaram o fecho da campanha para as eleições legislativas de domingo em Espanha.
O líder do PSOE e atual presidente do Governo, Pedro Sanchez, falou ao coração dos muitos indecisos e alertou para os riscos de ficar em casa no dia das eleições.
“Ninguém dava a Donald Trump qualquer chance de ser Presidente dos Estados Unidos e ele é. Ninguém pensava que Jair Bolsonaro chegaria a Presidente e ele chegou”, declarou Pedro Sanchez num comício em Vallecas, um subúrbio de classe operária de Madrid.
O líder do PSOE, que lidera as sondagens sem maioria, adverte para os riscos do populismo e fez um derradeiro apelo ao voto.
“Estamos muito perto de ter a Espanha que queremos e por isso precisamos de todos os votos porque o tempo é de avançar e não de recuar. Vivemos numa democracia parlamentar e ganhar não significa governar. Portanto, governar é ganhar”, frisou.
O líder do Partido Popular (PP), de direita, disse perante os seus apoiantes que é o melhor candidato para afastar os socialistas do poder.
“No domingo temos as eleições mais transcendentais da história da democracia. Está em jogo a própria existência da nação, a sua unidade de cinco séculos, a harmonia constitucional e o futuro dos nossos filhos”, afirmou Pablo Casado.
Segundo colocado nas sondagens, Casado apelou ao voto útil dos eleitores no Partido Popular. “Se queremos uma Espanha unida, precisamos de unir as nossas forças”, defendeu.
No encerramento da campanha, Albert Rivera, líder do partido Ciudadanos, de centro-direita, também apontou baterias ao PSOE e pediu um voto de confiança para chegar ao poder.
“Nós nascemos para derrubar Sanchez e pessoas como ele e nós nascemos para governar Espanha”, afirmou num comício em Valência.
Albert Rivera tentou colar o líder do PSOE aos independentistas da Catalunha e alertou para os políticos que querem dividir a Espanha.
As eleições de domingo vão ser as primeiras do Vox, de extrema-direita. O líder Santiago Abascal garante que não vai “permitir a destruição e o suicídio de Espanha”.
“Vamos expulsar os traidores do Palácio da Moncloa”, atirou Santiago Abascal numa ação de campanha no centro de Madrid.
Do lado oposto da barricada política, Pablo Iglesias, do Podemos, disse que defender Espanha é defender os serviços públicos e não recebem lições de “pseudo-patriotas” sobre o que é ser espanhol.