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Venezuela. ONG regista um morto e mais de 100 feridos nos protestos

01 mai, 2019 - 08:38 • Redação com Lusa

Segundo a Provea, terão sido “grupos paramilitares” os causadores desta morte, que surge na sequência da “Operação Liberdade” desencadeada pelo autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

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Uma organização-não governamental (ONG) venezuelana indica, nesta quarta-feira, que uma pessoa morreu e 109 ficaram feridas durante os protestos registados na terça-feira, na Venezuela.

De acordo com a Provea, um homem de 24 anos morreu durante os protestos no estado de Aragua.

Quanto aos feridos, 26 também foram registados naquele estado, mas a maioria pertence a municípios de Caracas.

“Lamentamos o assassinato hoje [terça-feira] do jovem Samuel Enrique Mendez, de 24 anos, no estado de Aragua, durante os protestos. Testemunhas culpam os grupos paramilitares (...)", escreveu a ONG na sua página da rede social Twitter.

Segundo as contas da Provea, esta morte eleva para 54 o total de pessoas mortas em protestos desde janeiro, a maior parte das quais (80%) “da responsabilidade da polícia, militares e paramilitares”

Desde que Nicolas Maduro chegou ao poder, diz ainda a ONG, já morreram 271 pessoas em protestos.

Na madrugada de terça-feira, o autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, desencadeou um ato de força contra o regime do Presidente Nicolás Maduro, em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

O regime ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado. Não houve, durante o dia, progressos na situação, que continua dominada pelo regime.

Apesar de Guaidó ter afirmado ao longo do dia que tinha os militares do seu lado, nenhuma unidade militar aderiu à iniciativa nem se confirmou qualquer deserção de altas patentes militares fiéis a Nicolás Maduro.

Entretanto, o opositor venezuelano Leopoldo López e a sua família estão na embaixada de Espanha, em Caracas.

Leopoldo López, que cumpria uma pena de cerca de 14 anos em regime de prisão domiciliária, foi libertado e surgiu junto de Juan Guaidó. Acredita-se que será um dos principais organizadores da revolta.

Ao longo do dia, alguns utilizadores indicaram ter perdido o acesso a redes sociais (como o Twitter, o YouTube ou o Facebook), enquanto as comunicações telefónicas estiveram muitas vezes interrompidas.

Já durante a noite, Juan Guaidó, insistiu que o Chefe de Estado, Nicolás Maduro, não tem "o apoio nem o respeito" das Forças Armadas e apelou aos venezuelanos para voltarem às ruas para uma "rebelião pacífica”.


Poucos minutos mais tarde, Maduro apelou às Forças Armadas Bolivarianas (FAB) - num discurso ao país, transmitido em simultâneo e de forma obrigatória, pelas rádios e televisões - que mantivessem "lealdade absoluta" ao seu Governo. O discurso foi feito a partir do palácio presidencial de Miraflores.

"Chamo as FAB a unirem-se cada vez mais ao povo e à lealdade absoluta e a ter presente o provérbio do coração, que diz: leia sempre, traidores nunca. Junto do povo, sempre. Junto da Constituição", disse.

Face à situação que se vive na Venezuela, o Governo português já indicou que, até ao início da noite em Portugal, não havia registo de problemas com a comunidade portuguesa. O secretário de Estado das Comunidades diz que os familiares de portugueses naquele país devem contactar a embaixada e os movimentos associativos da comunidade lusófona.

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