06 mai, 2019 - 17:30 • Agência Lusa
O ex-presidente do governo regional da Catalunha, o independentista Carles Puigdemont, foi esta segunda-feira autorizado por dois tribunais de Madrid a candidatar-se às eleições europeias, apesar de viver na Bélgica fugido à Justiça.
Os tribunais anulam assim uma decisão tomada na semana passada pela Junta Eleitoral Central que estipulava que Carles Puigdemont e dois outros membros separatistas do seu executivo regional fossem excluídos de uma lista às eleições para o Parlamento Europeu que se vão realizar em 26 de maio próximo.
O Tribunal Supremo espanhol decidiu no domingo que cabia aos tribunais do Contencioso-Administrativo de Madrid tomarem a decisão final sobre o recurso apresentado pelos três fugitivos investigados pela sua participação na tentativa de independência da Catalunha em outubro de 2017.
A Justiça espanhola tem emitidos mandados europeus de detenção contra Carles Puigdemont, Antoni Comín e Clara Ponsatí.
A polémica à volta de Puigdemont começou quando o parlamento catalão declarou unilateralmente a independência, em 27 de outubro de 2017, que resultou na suspensão da autonomia catalã por parte do governo espanhol.
Em 30 de outubro desse ano, foram levantadas acusações de rebelião e mau uso de fundos públicos contra Puigdemont e contra outros membros do governo da Catalunha, levando-os a fugir para a Bélgica, sob mandados de captura de autoridades europeias.
Em 21 de dezembro de 2017, nas eleições regionais, Puigdemont foi reeleito para o parlamento catalão, mas foi impedido de tomar posse, mantendo o seu exílio na Bélgica, tendo vindo a ser detido numa autoestrada alemã e depois libertado sob fiança.
Em julho de 2018, o Supremo Tribunal suspendeu Puigdemont do cargo de deputado no parlamento catalão.
Em março deste ano, Puigdemont anunciou que iria candidatar-se ao Parlamento Europeu, como cabeça de lista pelo Juntos Pela Catalunha, acompanhado dos seus antigos colaboradores Antoni Comín e Clara Ponsati.
O ex-vice-presidente desse executivo regional, Oriol Junqueras, que ficou em Espanha e foi detido provisoriamente há um ano e meio, é o principal acusado de um grupo de 12 políticos catalães no julgamento em curso sobre a tentativa de independência da Catalunha.