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Co-fundador do Facebook garante: "Zuckerberg é mais influente do que um governo"

09 mai, 2019 - 20:01 • Redação

Embora garanta que Mark Zuckerberg é “decente” e uma “boa pessoa”, Chris Hughes diz-se "enfurecido" por “o foco dele no crescimento o tenha levado a sacrificar a segurança e o dever cívico na procura de ‘clicks’".

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Chris Hughes já foi próximo de Mark Zuckerberg. Até porque fundo com ele, há já 15 anos, a rede social Facebook num dormitório de Harvard – tendo, no entanto, abandonado o projeto em 2007.

Esta quarta-feira, Hughes, num extenso artigo de opinião publicado no New York Times, junta-se ao coro de críticos de Zuckerberg – e são cada vez mais desde que o líder do Facebook foi chamado a responder pela venda de dados de mais de 80 milhões de utilizadores a empresas que, depois, os utilizariam para fins políticos, influenciando ou tentando influenciar o sentido de voto de eleitores –, sugerindo mesmo, em última instância, o encerramento da rede social.

Desde logo, Chris Hughes lembra que Zuckerberg tem hoje um "poder descontrolado e “sem precendentes", tendo-o como “mais influente do que qualquer outra pessoa no setor privado ou no governo". Ora, Hughes sente-se ainda “responsável” – e, portanto, “revoltado” – com o monstro (o Facebook tem hoje dois mil milhões de utilizadores por mês) que ajudou a criar.

"Estou desapontado comigo e com a equipa inicial do Facebook por não pensar mais sobre como o algoritmo pode mudar a nossa cultura, influenciar as eleições e capacitar os líderes nacionalistas. Enfurece-me mesmo que o foco dele [Zuckerberg] no crescimento o tenha levado a sacrificar a segurança e o dever cívico na procura de ‘clicks’. E estou preocupado que se tenha rodeado de uma equipa que fortalece as suas crenças em vez de as questionar”, lamenta.

Agora, o co-fundador do Facebook, apesar de garantir que Mark Zuckerberg é “decente” e uma “boa pessoa”, pede a intervenção governamental, sugerindo a criação de uma agência que regule as empresas de tecnologia. “[Zuckerberg] criou um leviatã que dispersa o empreendedorismo e restringe a escolha do consumidor. Cabe ao nosso governo garantir que nunca perderemos a magia da mão invisível. Como permitimos que isto acontecesse?”, escreve Hughes.

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  • Mário Vitorino Gaspar
    30 ago, 2019 LISBOA 00:54
    A utilização de dados pessoais e digitais será problema dos dias de hoje? Desconfio decerto no destino dos meus dados pessoais – no meu caso da internet – não colocando fora de questão o facebook, e não só. O Escândalo da “Cambridge Analytica”, empresa britânica que, em Março de 2018, foi acusada de usar dados de milhões de utilizadores do facebook para propaganda política, decerto por troca de quantias exorbitantes. O facebook quase que obriga a dar o nº do meu telefone de casa.

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