10 mai, 2019 - 07:18 • Lusa
O Presidente da Venezuela voltou a reclamar os 28,35 mil milhões de euros retidos nos Estados Unidos e em Portugal, valor que disse estar destinado à importação de alimentos e medicamentos.
Segundo Nicolás Maduro, os Estados Unidos "roubaram à Venezuela" 30 mil milhões de dólares (26,81 mil milhões de euros) e em Portugal estão retidos 1,7 mil milhões de dólares (1,54 milhões de euros à taxa de câmbio atual).
"Há que aumentar (os esforços) para enfrentar o bloqueio económico que faz o Governo imperialista de Donald Trump. Uma sabotagem anormal, desumana. [O Governo norte-americano] sabota todas as importações que fazemos de matéria prima. Temos que inventar mil caminhos para comprar e para trazer o que o país precisa para fazer medicamentos", disse.
Maduro falava no Forte de Tiuna, a principal base militar de Caracas, durante um ato que teve como tema central a saúde e que foi transmitido pela televisão estatal venezuelana.
"Em Portugal, por exemplo, num banco chamado Novo Banco, roubaram-nos 1.726 milhões de dólares que estavam destinados para trazer medicamentos. Assalto em plena luz do dia, por ordem do Governo 'gringo' americano", acusou.
"Temos de enfrentar e vamos continuar a enfrentar. Faça chuva, trovoada ou relâmpagos, ninguém nem nada deterá o rumo da revolução bolivariana na saúde e em todos os campos da nossa vida. Ninguém nos vai tirar o direito ao futuro, à felicidade e à paz, o direito à vida, não vou vão tirar", acrescentou.
Cerca de cinco dezenas de venezuelanos protestaram na quinta-feira junto ao Consulado-Geral de Portugal em Caracas, para exigir que o Governo português desbloqueie 1.543 milhões de euros que estão retidos no Novo Banco.
O protesto foi convocado pela Asobien, uma organização não governamental (ONG) dedicada a doentes com Parkinson e outras doenças, que insiste que esses recursos se destinam ao tratamento de doentes venezuelanos, no exterior.
Já em 17 de abril, o Presidente da Venezuela tinha exortado o Governo português a desbloquear os ativos do Estado venezuelano retidos no Novo Banco, sublinhando que o dinheiro será usado para comprar "todos os medicamentos e alimentos".