15 mai, 2019 - 16:39 • Filipe d'Avillez
A possibilidade de uma guerra entre os Estados Unidos e o Irão está a levar vários países europeus a retirarem o seu pessoal do Iraque, país que partilha fronteira com o Irão.
Depois de a Alemanha ter suspendido a sua missão no Iraque, esta quarta-feira surgiu a notícia de que a Holanda tomou a mesma decisão. Em ambos os casos, pequenos contingentes militares prestavam assistência e formação às forças armadas de Bagdade ou do Curdistão iraquiano.
O Ministério da Defesa da Alemanha invocou o aumento de tensões no terreno para justificar a suspensão da sua colaboração.
As decisões dos dois países europeus seguem-se à ordem dada por Washington para a retirada de todo o pessoal não essencial da embaixada em Bagdade e do consulado em Erbil.
A medida americana, acompanhada da subida de tom da retórica entre Teerão e Washington, tem feito soar alarmes entre os Governos europeus, que temem a eclosão de um conflito aberto entre os dois países.
O Irão é, há muito tempo, um dos principais inimigos dos Estados Unidos no Médio Oriente, sendo-o também de dois dos principais aliados americanos na região, Israel e a Arábia Saudita.
O Irão é a grande potência xiita no mundo islâmico e tem tido um papel fulcral em manter o regime de Bashar al-Assad na Síria, exercendo também grande influência sobre o Hezbollah, que domina a cena política e militar no Líbano. Tanto a Síria como o Líbano fazem fronteira com Israel.
Um dos grandes pontos de disputa entre o Irão e os Estados Unidos é o programa nuclear que Teerão continua a desenvolver, sob controlos da comunidade internacional ao abrigo de um acordo nuclear alcançado com as principais potências mundiais. A disputa ganhou contornos mais sérios quando Donald Trump, Presidente dos EUA, decidiu abandonar esse acordo.
O Governo iraniano diz que o programa serve apenas para produção de energia para consumo doméstico. Washington e Telavive não acreditam e querem impedir o país de continuar a desenvolvê-lo.