17 mai, 2019 - 12:48 • Redação com Lusa
O líder do Partido Trabalhista britânico, Jeremy Corbyn, anunciou esta sexta-feira o fim das negociações com o Governo conservador de Theresa May para chegar a um entendimento sobre o Brexit, alegando que foram "tão longe quanto possível".
Numa carta aberta endereçada à primeira-ministra, Corbyn alega que "a posição do Governo se tornou cada vez mais instável e a sua autoridade enfraquecida" já que o partido Conservador está a preparar-se para escolher um novo líder, o que põe em causa a "capacidade do Governo de cumprir qualquer acordo de compromisso".
Na quinta-feira, o Partido Conservador anunciou que Theresa May aceitou encontrar-se com o presidente do grupo parlamentar, Graham Brady, no início de junho "para acordar um calendário para a eleição de um novo líder do Partido Conservador", independentemente do resultado da votação.
As eleições internas deverão prolongar-se por várias semanas, dependendo do número de candidatos, e o vencedor torna-se não só líder do partido, mas também primeiro-ministro.
O processo só deverá começar após o Governo submeter aos deputados, na primeira semana de junho, num dia ainda incerto, a proposta de lei de implementação do Brexit no parlamento, para conseguir pôr em prática o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
A proposta de lei é o texto legislativo que implementa o Acordo de Retirada do Reino Unido e que estabelece os termos da saída dos britânicos da UE, inicialmente prevista para 29 de março, mas adiada devido ao chumbo do documento por três vezes no Parlamento britânico.
A atual data de saída está marcada para 31 de outubro, o que significa que, apesar de já estarem com um pé fora da UE, os britânicos ainda vão participar nas eleições deste mês para o Parlamento Europeu.
O governo qualificou como "imperativo" tentar aprovar a lei antes que os trabalhos do parlamento britânico sejam suspensos para férias em julho, para garantir que o país sai da UE antes do prazo de 31 de outubro estabelecido pelo Conselho Europeu.
"Após seis semanas de negociações, é justo que o Governo deseje testar novamente a opinião do parlamento, e consideraremos cuidadosamente quaisquer propostas que o Governo deseje apresentar para romper o impasse do Brexit", afirmou Corbyn.
Porém, reiterou que "sem mudanças significativas", o principal partido vai votar contra um acordo que considera que põe em risco a indústria, postos de trabalho e a economia do país.