21 mai, 2019 - 07:07 • Lusa
O autodenominado grupo Estado Islâmico (EI) começou a reorganizar as suas células no Iraque e permanece um perigo a nível global, em particular após se converter numa rede clandestina, advertiu a ONU.
Apesar de ter perdido praticamente todo o território que controlava nos seus bastiões no Médio Oriente, o EI permanece “a maior ameaça terrorista internacional” e a organização que garante mais recursos.
O alerta foi emitido por Dian Triansyah Djani, o embaixador da Indonésia nas Nações Unidas e presidente do comité do Conselho de Segurança que vigia as sanções impostas ao grupo jihadista.
No decurso de uma apresentação perante os restantes membros do Conselho de Segurança, explicou que prossegue a transformação do grupo numa “rede encoberta global”, num processo que está mais adiantado no Iraque que na Síria.
“No Iraque, o EI começou a organizar células a nível das províncias e atualmente garante um saldo positivo de combatentes na Síria para reforçar a rede emergente no Iraque”, assinalou.
Segundo o comité, caso o grupo consiga o seu objetivo de sobreviver e ressurgir nos seus bastiões no Médio Oriente, é provável que volte a centrar-se na organização de operações no exterior.
De momento, segundo Djani, “o núcleo do EI carece da força necessária para levar a cabo ataques internacionais coordenados”.
Al-Qaeda está ativa
Em paralelo, a Al-Qaeda, também acompanhada pelo mesmo comité do Conselho de Segurança, “permanece ativa em muitas regiões e mantém a ambição de projetar-se mais internacionalmente”, acrescentou o embaixador da Indonésia.
Triansyah Djani advertiu ainda sobre o risco de que a rede fundada por Osama bin Laden possa beneficiar dos problemas do EI para se reforçar e efetuar os seus próprios grandes ataques terroristas.
Segundo referiu, os peritos consideram ser possível que os combatentes estrangeiros que nos últimos anos estiveram integrados no EI passem agora para filiais da Al-Qaeda nas zonas onde este grupo é dominante.