29 mai, 2019 - 15:36 • Lusa
Um tribunal de Bagdad, no Iraque, condenou esta quarta-feira à morte um cidadão tunisino e um francês, o sétimo em quatro dias, por envolvimento no grupo extremista Estado Islâmico.
O tunisino, Mohamed Berriri, 24 anos, foi condenado à morte após uma sessão que se prolongou durante pouco mais de uma hora no tribunal de Bagdad que acusou o homem de ter estado em várias brigadas do Estado Islâmico.
"Arrependo-me de ter integrado o Estado Islâmico", afirmou o condenado, segundo o repórter da France-Presse, que acompanhou a leitura da sentença.
"Fui para a Síria porque estava revoltado e pensava que o Estado islâmico era o grupo mais fiável. Hoje sei a verdade sobre o Estado Islâmico e já não tenho nada com essa organização", acrescentou.
Mohamed Berriri esteve preso na Síria, tendo sido transferido para o Iraque em janeiro num grupo de 11 extremistas de origem francesa capturados em território sírio.
Esta quarta-feira, o mesmo tribunal condenou à morte o francês Yassine Sakkam por ter pertencido ao Estado Islâmico, tratando-se do sétimo cidadão francês a ser condenado à pena capital nos últimos quatro dias, em Bagdad.
"Eu reconheço que fiz parte (do Estado Islâmico). Eu tinha um salário de 70 dólares mensais", disse Sakkam, 29 anos que pediu perdão ao "Estado iraquiano e às vítimas".
Tal como os seis outros franceses condenados por ligações ao Estado islâmico os dois homens sentenciados hoje têm 30 dias para apresentar recurso.
O advogado de Léonard Lopez, um dos condenados à morte de origem francesa confirmou à AFP que vai apresentar recurso.
De acordo com a lei iraquiana, a participação em organizações "terroristas" - em combate ou não - é passível de condenação à morte.
Grupos de defesa de direitos humanos denunciam os "riscos de tortura" aos prisioneiros no Iraque assim como questionam a "realização de processos justos" no 12º país mais corrupto do mundo.
Bagdad já condenou à morte mais de 500 estrangeiros acusados de pertencerem ao Estado Islâmico, homens e mulheres, mas até ao momento nenhum foi executado.
A questão relacionada com estes prisioneiros lança em vários países o debate sobre o eventual repatriamento dos condenados aos Estados de origem, como a França, onde ao mesmo tempo é rejeitada a pena de morte.