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Brexit

May formaliza demissão. Processo para escolher sucessor arranca a 10 de junho

07 jun, 2019 - 16:09 • Filipe d'Avillez

Apesar de ter notificado esta tarde o Partido Conservador da sua demissão de líder, May continua como primeira-ministra até à escolha do seu sucessor.

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Theresa May formalizou esta sexta-feira a sua demissão da liderança do Partido Conservador. A primeira-ministra torna-se assim a mais recente vítima do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).

Apesar de ter notificado esta tarde o Partido Conservador da sua demissão, May continua a exercer funções como primeira-ministra até à escolha do seu sucessor internamente.

A campanha informal para substituir May já começou há algum tempo, mas o processo formal só arranca na próxima segunda-feira, dia 10 de junho. Será supervisionado pela Comissão 1922, ou seja, o grupo parlamentar do Partido Conservador na Câmara dos Comuns. O Partido quer que o assunto esteja resolvido até ao final do verão.

Há vários candidatos ao lugar, muitos deles a preparar terreno para a corrida há já algum tempo, desde que os primeiros rumores de demissão começaram a surgir perante as dificuldades em ver o seu acordo de Brexit aprovado no Parlamento.

Nomeação de candidatos

Os membros do partido que queiram candidatar-se precisam de ser propostos por pelo menos dois outros legisladores conservadores. Desta vez, é esperado que um grande número de políticos tentem ficar com o lugar de May.

Votação dos deputados

Os legisladores conservadores deverão cumprir uma série de rondas para reduzir o número de candidatos. A cada ronda têm de escolher o seu candidato favorito, através de votação secreta, para se ir eliminando os candidatos que angariam menos apoios.

Esse processo será repetido até que restem apenas dois candidatos. Em situações semelhantes no passado, estas votações aconteceram sempre às terças e quintas-feiras.

Votação final

Todos os membros do Partido Conservador serão chamados a escolher entre os dois derradeiros candidatos, submetendo o seu voto por correio, com o vencedor a ser anunciado o novo líder do partido, que em março de 2018 tinha 124 mil afiliados.

Não há um calendário fixo para este processo. Nas últimas primárias do Partido Conservador, em 2016, era suposto que a votação tivesse durado nove semanas, mas acabou por durar mais, já que a votação só avançou quando Andrea Leadsom, então opositora de May, desistiu da corrida. Da vez anterior, em 2005, o processo durou cerca de um mês.

Quem ficará à frente do Governo durante o processo?

May deverá continuar como primeira-ministra interina até que o seu sucessor ou sucessora seja escolhido. Alguns analistas consideram, contudo, que no atual contexto é possível que seja escolhido outro líder interino para ficar em funções até à decisão final.

É possível acelerar o processo?

Se May deixar o cargo antes que o acordo do Brexit seja aprovado, é possível que a comissão 1922 proponha uma corrida mais rápida para que a substituição aconteça o mais depressa possível, com o objetivo de não atrasar as potenciais negociações com a UE e de garantir que o Reino Unido sai da UE na data prevista, a 31 de outubro.

Em alternativa, os deputados também podem tentar unir-se em torno de um grupo de candidatos mais reduzido, para acelerar a escolha entre os dois candidatos finais.

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