10 jun, 2019 - 11:28 • Lusa
Um tribunal da Índia condenou esta segunda-feira seis pessoas pelo homicídio de uma menina de 8 anos, após repetidas violações durante vários dias, no estado de Jammu e Caxemira. O caso chocou o país.
O principal arguido, um funcionário local agora reformado, e dois membros das forças de segurança acusados de destruir provas e aceitar subornos para encobrir os responsáveis encontram-se entre os seis condenados, disse o advogado da acusação, Mubeen Farooqui, aos jornalistas, à saída do tribunal.
Havia um sétimo acusado, mas que foi considerado inocente, adiantou o advogado, antes de acrescentar que a pena a aplicar aos culpados será anunciada pelo tribunal esta tarde.
A menor, pertencente a uma comunidade nómada muçulmana, foi sequestrada em janeiro de 2018 na cidade de Kathua, uma área de maioria hindu de Jammu e Caxemira.
Foi sedada e violada em grupo durante dias antes de ser assassinada e abandonada numa floresta, de acordo com a investigação policial, que concluiu também que era intenção dos autores enviar uma mensagem a essa comunidade para que não voltassem àquela zona.
O caso provocou uma onda de indignação na Índia, com manifestações a pedir a condenação à morte dos culpados.
Mas a violação e o assassinato também causaram tensão na região, a ponto de as autoridades terem que aumentar a segurança dos parentes da vítima e dos seus advogados, e transferir o julgamento para o estado vizinho devido ao clima de insegurança.
Todos os arguidos professavam a religião hindu e o crime ocorreu num templo da pequena cidade, o que levou alguns vizinhos e políticos locais a exigir a libertação imediata dos acusados.
Um grupo de advogados tentou inclusivamente impedir que a polícia registasse acusações em Kathua em abril de 2018.
A Índia endureceu as leis contra as agressões sexuais, depois do caso de uma jovem universitária que morreu após ser violada em grupo num autocarro, em 2012, em Nova Deli – um acontecimento que chocou o país e passou além fronteiras.