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Oficial. EUA pedem ao Reino Unido que extradite Assange

11 jun, 2019 - 18:07 • Reuters

Análise do pedido pode demorar entre dois e cinco anos a estar concluída, diz fonte familiarizada com os procedimentos de extradição no sistema judicial britânico.

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O Departamento de Justiça dos EUA pediu formalmente à Grã-Bretanha que extradite o fundador da WikiLeaks Julian Assange para os Estados Unidos, a fim de enfrentar acusações formais de conspiração para aceder ilegalmente aos sistemas informáticos do Governo norte-americano e de violação da lei de espionagem.

A informação foi confirmada pelo Reino Unido esta terça-feira. "O sr. Assange foi detido no âmbito de um pedido provisório de extradição feito pelos Estados Unidos da América", avançou o porta-voz do departamento de segurança interna britânico. "Enfrenta acusações de crimes que incluem uso indevido de computadores e divulgação não-autorizada de informações de defesa nacional."

À Reuters, fonte do mesmo departamento confirmou que "já foi recebido o pedido de extradição por extenso". Contactados pela mesma agência, os advogados de Assange não comentaram o caso.

Fontes dos EUA e do Reino Unido dizem que os procuradores norte-americanos enviaram o pedido formal de extradição às autoridades britânicas na semana passada, pouco antes de expirar o prazo legal definido pelo juiz a cargo do processo de Assange em Londres. O envio do pedido formal foi inicialmente noticiado pelo "Washington Post".

A 11 de abril deste ano, a polícia removeu Assange à força da embaixada do Equador em Londres, no centro da capital, edifício onde o australiano estava a viver com asilo político desde 2012, para escapar a um pedido de extradição da Suécia por suspeitas de crimes sexuais.

Fontes familiarizadas com o pedido de extradição norte-americano dizem que este tem por base as acusações federais apresentadas pelos procuradores contra Assange no estado da Virginia em maio. Essas acusações fizeram subir para 17 o total de crimes de que Assange está indiciado, a juntar a outros apresentados em março de 2018 e mantidos sob segredo de justiça até ao mês passado.

Entre as novas acusações conta-se a violação da Lei de Espionagem dos EUA. Anteriormente, Assange era apenas acusado de conspirar com a ex-soldado Chelsea Manning para aceder ilegalmente aos computadores do Governo norte-americano.

Manning foi detida e condenada em tribunal marcial por ter passado à WikiLeaks centenas de milhares de documentos confidenciais norte-americanos. A sentença de 35 anos de prisão a que foi condenada numa primeira instância foi reduzida para sete anos por Barack Obama pouco antes de este abandonar a presidência dos EUA.

No espaço de semanas após essa intervenção do ex-Presidente norte-americano, Manning foi libertada. Contudo, a soldado voltou a ser presa este ano após ter-se recusado a testemunhar perante um grande júri federal no âmbito da investigação ainda em curso à WikiLeaks. Neste momento, está a acumular potenciais multas por cada dia que se recusar a testemunhar.

Após ter sido levado da embaixada do Equador, Assange foi condenado a 50 semanas de prisão efetiva por um tribunal londrino, no caso por não ter respeitado os termos da liberdade condicional em 2012, antes de se refugiar na representação diplomática equatoriana.

Agora, o Reino Unido vai analisar o pedido de extradição dos EUA e qualquer novo pedido de extradição que a Suécia possa vir a apresentar. Uma fonte de um Governo europeu familiarizada com os procedimentos de extradição no Reino Unido já disse à Reuters que, no caso de Assange, o processo pode demorar entre dois a cinco anos a ficar concluído.

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