19 jun, 2019 - 13:26 • Reuters
Quatro homens foram acusados formalmente pela a Holanda de serem responsáveis por abater o avião comercial MH17 em julho de 2014, matando as 298 pessoas que iam abordo.
O avião da Malaysia Airlines, que fazia a ligação entre Amsterdão e Kuala Lumpur, foi abatido enquanto sobrevoava território ucraniano ocupado por rebeldes pró-russos.
A investigação internacional, liderada pela Holanda, de onde eram naturais a maioria das vítimas, concluiu que o avião foi abatido por um míssil militar russo e aponta como responsáveis três militares russos e um separatista ucraniano, respetivamente Sergey Dubinsky, Oleg Pulatov, Igor Girkin e Leonid Kharchenko.
Segundo a investigação, Girkin era um coronel do Serviço Federal de Segurança (FSB), sucessor da antiga KGB da União Soviética, que era na altura ministro da Defesa da República Popular de Donetsk, como era conhecido o território ucraniano ocupado por separatistas. Já Dubinsky e Pulatov eram chefes da agência de informação da mesma República Popular de Donetsk. Kharchenko chefiava um batalhão de reconhecimento para um dos departamentos da agência de informação.
A Holanda já emitiu mandados de captura internacionais para os quatro suspeitos e a equipa de investigadores anunciou que vai pedir à Rússia para poder interroga-los. Os três cidadãos russos estão na Rússia, segundo a Reuters, enquanto Kharchenko poderá estar na Ucrânia.
Não se espera, todavia, que a Rússia colabore. Vladimir Putin já disse publicamente que o incidente foi uma tragédia, mas que existem “outras explicações” para o que aconteceu e um porta-voz do Kremlin diz que a investigação da equipa internacional não é de confiança.
“A Rússia não pôde tomar parte na investigação, não obstante ter manifestado o interesse em fazê-lo logo desde o início”, disse Dimitry Peskov, esta quarta-feira de manhã.