11 jul, 2019 - 19:27 • João Pedro Barros
O desaparecimento de Emanuela Orlandi, a 22 de junho de 1983, então com 15 anos, é um dos maiores mistérios da história recente de Itália. Esperava-se que a abertura de dois túmulos de princesas sepultadas no século XIX no Cemitério Teutónico, no Vaticano, esta quinta-feira, pudesse finalmente colocar um ponto final na história. Porém, parece ter sucedido o contrário: abre-se mais um mistério.
A abertura dos túmulos foi autorizada pelo Vaticano, após Pietro Orlandi ter recebido pistas de que o corpo da sua irmã, Emanuela, poderia estar no referido cemitério. Mais concretamente, estaria no local para onde apontava um anjo, o que levou às buscas para as últimas moradas das princesas Sofia de Hohenlohe, que morreu em 1836, e Carlotta Frederica de Mecklenburg, que morreu em 1840.
Porém, ambos os túmulos estavam vazios. “Não havia restos mortais nem urnas funerárias”, afirmou o porta-voz do Vaticano Alessandro Gisotti, em comunicado.
No caso da princesa Sofia de Hohenlohe, encontrou-se um vasto espaço subterrâneo “completamente vazio”, enquanto o túmulo de Carlotta Frederica de Mecklenburg “não tinha restos mortais”.
De acordo com Gisotti, vão ser investigadas intervenções que foram feitas no cemitério no final do século XIX e nas décadas de 1960 e 1970, que podem explicar os resultados das buscas.
No local estiveram presentes descendentes das princesas, para além do irmão de Emanuela Orlandi e do advogado da família, que querem agora conhecer o paradeiro dos seus restos mortais. Representantes de autoridades do Vaticano também acompanharam o andamento do processo.