17 jul, 2019 - 00:20 • Lusa
O líder da oposição e presidente do Parlamento da Venezuela, Juan Guaidó, insiste que está próxima uma "solução real" para a crise político-económica e social que afeta o país.
"Estamos a aproximar-nos a uma solução real que todos sabemos por onde passa, será o Reino da Noruega, quem avance ou informe oportunamente", disse Juan Guaidó.
Juan Guaidó falava aos jornalistas na Assembleia Nacional, onde recordou que em janeiro último, quando jurou assumir as competências executivas estabelecidas na Constituição, foram definidos três objetivos: Fim da usurpação da Presidência da República, um governo de transição e eleições livres.
"Conseguimos ter uma fonte poderosa no âmbito Internacional, estamos a trabalhar em todos os tabuleiros, estamos numa ditadura e temos que gerar a pressão necessária para pôr fim ao sofrimento dos venezuelanos para sair desta tragédia", disse.
Segundo Juan Guaidó, são sinais dessa aproximação, ver "o Papa, o ministro do Negócios Estrangeiros da Rússia, a União Europeia e o Governo dos Estados Unidos, fazerem declarações".
"Não é preciso saber ler entre linhas para entender a opinião da comunidade internacional contra a situação da Venezuela, inclusive de aliados do regime, como a China e a Rússia. Isso é o que temos conseguido, aliados no mundo", disse.
Por outro lado, manifestou apoio à União Europeia por estar a ponderar impor mais sanções contra funcionários do Governo do Presidente Nicolás Maduro, alegadamente envolvidos em graves violações dos direitos humanos.
"Não podemos confiar numa ditadura que torturou um capitão de fragata até à morte, confiamos na mobilização do povo, na capacidade de reconstrução", disse, fazendo alusão à recente morte do capitão Rafael Acosta Arévalo, na sequência de torturas realizadas por funcionários da Direção de Contrainteligência Militar (serviços secretos militares).
Guaidó referiu-se ainda à recente detenção de dois elementos da sua equipa de segurança, que o Governo venezuelano diz estarem envolvidos no roubo de armamento à Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar).
"Os advogados não têm tido acesso ao expediente. Isto é um novo 'show', o regime continua a perseguir", disse, advertindo que em breve "podem ocorrer mais detenções de dirigentes, estudantes e sindicalistas".