18 jul, 2019 - 20:41
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Horas depois de os seus apoiantes terem gritado, durante um comício, palavras de ordem contra uma congressista natural de Somália - “mandem-na de volta” –, o Presidente norte-americano demarca-se do incidente.
Num encontro com apoiantes na Carolina do Norte, na quarta-feira à noite, Donald Trump lançou mais um ataque contra o grupo de congressistas democratas que lutam contra a política anti-imigração da Casa Branca.
Trump falava especificamente sobre Ilhan Omar, que acusou de olhar para o povo americano com desdém e de fazer “críticas antissemitas perversas”.
O discurso do Presidente foi, então, interrompido com gritos da audiência a pedir: “mandem-na de volta” para o seu país, replicando uma expressão utilizada por Trump durante o fim de semana na rede social Twitter.
Horas depois deste incidente, que mereceu críticas de vários quadrantes, incluindo de alguns elementos do Partido Republicano, Donald Trump distanciou-se da atitude dos seus apoiantes.
“Senti-me um bocado mal com isso”, disse o líder norte-americano aos jornalistas numa declaração realizada na Casa Branca.
Perante os repórteres, Donald Trump explicou que, após uma breve interrupção, retomou prontamente o seu discurso, apesar de nunca apelado à contenção dos seus apoiantes.
“Eu diria que não fiquei feliz. Eu discordo. Mas, novamente, eu não disse aquilo. Foram eles. E eu discordo disso", afirmou.
Ilhan Omar, cidadã norte-americana natural da Somália, é uma das quatro congressistas que Donald Trump “convidou” a deixarem os Estados Unidos e a “voltarem para os seus países”, por não concordarem com as suas políticas.
No discurso da última noite na Carolina do Norte, o Presidente voltou à carga: "eu tenho uma sugestão para os extremistas cheios de ódio que estão constantemente a tentar destruir o nosso país. Eles nunca têm nada de bom para dizer. É por isso que eu digo, ei, se eles não gostam, deixem-nos ir embora", declarou.
Em pré-campanha para as eleições presidenciais de 2020, Donald Trump aponta baterias à oposição democrata e endurece o discurso para tentar a reeleição.
O slogan "mandem-na de volta" suceder a outra expressão que marcou a campanha para as eleições de 2016, em que os apoiantes de Trump costumavam gritar "prendam-na" para a candidata democrata Hillary Clinton.
Esta semana, a Câmara dos Representantes aprovou uma resolução a condenar Trump pelos seus "tweets" racistas contra congressistas democratas.