17 jul, 2019 - 19:04 • Redação
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou esta quarta-feira emergência internacional devido à epidemia de Ébola na República Democrática do Congo (RD Congo).
A ocorrência de casos da doença na cidade de Goma, uma das maiores do país, e no vizinho Uganda levaram a OMS a lançar o alerta global.
O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diz que nenhum país deve encerrar as suas fronteiras ou implementar restrições a viagens ou a trocas comerciais devido a esta emergência internacional.
A Organização Mundial de Saúde reconhece que, neste momento, faltam vacinas contra o vírus do Ébola, fabricada pelo laboratório Merck, e defende um trabalho conjunto entre os Estados-membros e os laboratórios para aumentar a produção do fármaco.
As autoridades de saúde detetaram, no fim de semana, o primeiro caso de Ébola na cidade de Goma, onde vivem mais de dois milhões de pessoas.
De acordo com a agência Associated Press, o primeiro caso confirmado em Goma, que faz fronteira com o Ruanda, é um pastor que esteve na cidade de Butembo.
Esta confirmação marca uma escalada no surto de Ébola na República Democrática do Congo, que começou em agosto do ano passado e é já o segundo mais mortífero da história.
Mais de 1.600 pessoas morreram na zona leste do Congo quando o vírus se espalhou em zonas demasiado perigosas para o acesso das equipas de saúde.
O combate à epidemia de Ébola na RDCongo tem sido dificultado pela presença de um conflito armado nas principais áreas afetadas, assim como por uma desconfiança da população na intervenção médica.
A doença, que pode atingir uma taxa de mortalidade de 90% caso não seja tratada com brevidade, provocou 1.647 mortos, 1.553 dos quais confirmados em laboratório, em menos de um ano, tornando-se na segunda epidemia mais mortífera da história, apenas atrás daquela que atingiu a África Ocidental em 2014.
O vírus do Ébola transmite-se através do contacto direto com sangue ou fluídos corporais contaminados e provoca uma febre hemorrágica.