06 ago, 2019 - 08:48 • Redação com Lusa
Marcam-se esta terça-feira 74 anos do bombardeamento atómico de Hiroshima pelas forças norte-americanas. A efeméride foi aproveitada pelo autarca da cidade japonesa e pelo primeiro-ministro para renovarem os pedidos de eliminação das armas nucleares.
O autarca Kazumi Matsui manifestou, durante o discurso de paz, a preocupação sobre a ascensão da "política egocêntrica no mundo" e instou os líderes a trabalharem firmemente para alcançar um mundo sem armas atómicas. Por outro lado, exigiu que o Governo do Japão represente as vontades dos sobreviventes do bombardeamento e assine um tratado da ONU de proibição de armas nucleares.
Já o primeiro-ministro Shinzo Abe demonstrou a sua determinação em atuar como ponte entre os Estados com armamento nuclear, promovendo um diálogo saudável.
"Temos de trabalhar para que esta nova era seja pacífica e esperançosa", sublinhou durante a cerimónia.
Os apelos surgem depois do anúncio do “desaparecimento” do tratado de desarmamento nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia (INF), que limitava a corrida ao armamento, proibindo o uso de mísseis com alcance entre os 500 e os 5.500 quilómetros.
Assinado em dezembro de 1987 pelo então Presidente dos EUA, Ronald Reagan, e o líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, o INF marcou uma viragem na corrida ao armamento que marcou todo o período da Guerra Fria.
O ataque dos Estados Unidos a Hiroshima, a seis de agosto de 1945, matou 140 mil pessoas. Uma outra bomba caiu três dias depois, em Nagasaki, matando mais 70 mil, antes da rendição do Japão acabar com a Segunda Guerra Mundial.
A cerimónia do aniversário de Hiroshima aconteceu horas depois de a Coreia do Norte ter efetuado mais um teste de armamento, que traduz o impasse nas negociações sobre a desnuclearização da península coreana.