12 ago, 2019 - 21:21 • Redação
A administração Trump prepara-se para dificultar o acesso ao visto de residente permanente aos imigrantes legais que dependem do programa governamental de subsídios, como vales de alimentação ou habitação subsidiada.
A nova política, que deverá entrar em vigor a 15 de outubro, tem como principal alvo imigrantes legais, que dependem de apoios públicos e enfrentam maiores dificuldades financeiras.
Kenneth T. Cuccinelli II, diretor dos Serviços de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos, anunciou esta segunda-feira, na Casa Branca, o novo regulamento, declarando que permitiria ao Governo garantir que os imigrantes que chegam ao país são autossuficientes e não um peso para sociedade norte-americana.
“O benefício para os contribuintes é um benefício a longo prazo, que garante que o nosso sistema de imigração traz pessoas para se unirem a nós como cidadãos americanos, como residentes permanentes legais em primeiro lugar, capazes de se sustentar por conta própria, especialmente na era do Estado-providência moderno, que é tão amplo e caro ”, explicou Cuccinelli, citado pelo The New York Times.
Sob a nova diretiva, o bem-estar financeiro dos imigrantes que estão nos EUA legalmente, com vistos temporários, será alvo de uma análise minuciosa, quando solicitarem residência permanente.
As autoridades de imigração terão em consideração a idade, saúde, situação familiar, património, recursos, situação financeira e educação de qualquer imigrante. Os funcionários passam a ter uma ampla margem de manobra para determinar se um imigrante será um provável beneficiário de apoios públicos, e negar-lhes residência permanente ou ordenar que sejam deportados para o país de origem.
De acordo com o mesmo jornal norte-americano, as autoridades adiantaram que o programa não se aplica a pessoas que já têm residência permanente, a refugiados e requerentes de asilo, ou a mulheres grávidas e crianças.
Porém, defensores da imigração no país alertam para o facto de que um grande número de imigrantes, incluindo aqueles que não estão sujeitos à regulamentação, podem desistir dos programas de benefícios públicos de que dependem, com receio de retaliação por parte das autoridades.
A independência financeira há muito que ocupa lugar no processo de aquisição de um visto de residência permanente nos Estados Unidos, mas a nova proposta da administração Trump fará com que este elemento pese muito mais no momento da decisão.