23 ago, 2019 - 18:13 • Redação com Lusa
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou esta sexta-feira que vai enviar as Forças Armadas para ajudarem no combate aos fogos que lavram na floresta da Amazónia.
Em resposta aos jornalistas, o Presidente brasileiro disse ser provável que, em breve, seja publicado um decreto de Garantia da Lei e da Ordem para a intervenção dos militares no combate aos fogos no "pulmão do planeta".
Apesar do envio dos militares, o Governo brasileiro minimizou esta sexta-feira as dimensões dos incêndios, declarando que os fogos "não estão fora de controlo" e que a maioria se encontra no "nível mais baixo" de emergência.
Num comunicado intitulado "nove factos sobre os incêndios na Amazónia", o executivo brasileiro defende que todos os anos ocorrem incêndios florestais no Brasil, e que o país está, precisamente, a atravessar "o período crítico de ocorrência de queimadas".
O Governo brasileiro refere ainda que os recursos financeiros disponibilizados para o controlo de fogos permanecem em níveis similares ao passado recente, e que 2.409 "brigadistas de incêndio" do Governo Federal estão à disposição dos executivos estaduais para atuar no local, frisando que se trata de um "contingente acima da média de anos anteriores".
"O Governo Federal está a atuar, por meio do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), assim como em conjunto com os estados, para conter os focos de incêndios", refere o comunicado.
O executivo, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, insistiu que o país é uma "referência mundial" no combate terrestre aos fogos florestais, e que coordena a Rede Sul-Americana de Incêndios Florestais, providenciando treino e assistência a outros países.
A informação deste comunicado colide com outros dados também divulgados.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro (Inpe) informou que o número de incêndios no Brasil aumentou 83% este ano, em comparação com o período homólogo de 2018, com 72.953 focos registados até 19 de agosto, sendo a Amazónia a região mais afetada.
Foram várias as figuras internacionais que se mostraram preocupadas com a situação da Amazónia, como é o caso dos chefes de Estado da França e Alemanha, assim como o primeiro-ministro do Canadá.
"A nossa casa está a arder. Literalmente. A floresta Amazónia, o pulmão que produz 20% do oxigénio do nosso planeta, está em chamas. É uma crise internacional. Membros da cimeira do G7, vamos discutir esta emergência de primeira ordem em dois dias", pediu o chefe de Estado francês.
A Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior biodiversidade registada numa área do planeta.
Com cerca de 5,5 milhões de quilómetros quadrados, a Amazónia inclui territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa (pertencente à França).