30 ago, 2019 - 16:45 • João Pedro Barros com Lusa
Veja também:
Boris Johnson, o primeiro-ministro britânico, quer “acelerar o ritmo” das negociações com a União Europeia para consumar o Brexit. E diz ter uma posição reforçada nas negociações com a União Europeia (UE) devido à anunciada suspensão do Parlamento, desde a segunda semana de setembro até 14 de outubro. “Eles conseguem ver que estamos a falar a sério”, sublinhou esta sexta-feira, em declarações à televisão britânica Sky News.
O primeiro-ministro alega que a ameaça de saída sem acordo facilita as negociações com Bruxelas e avisou os deputados de que travar o Brexit a 31 de outubro "causará danos duradouros à confiança das pessoas na política", pedindo-lhes que se mantenham “unidos” na estratégia do Governo, mesmo os adversários da saída do Reino Unido da UE.
"Receio que, quanto mais os nossos amigos e parceiros pensam que o 'Brexit' pode ser impedido, que o Reino Unido pode ser mantido [na UE] pelo Parlamento, menor a probabilidade de eles nos darem o acordo que precisamos", avisou.
Johnson disse acreditar que se os deputados impedirem a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) a 31 de outubro, "isso causará danos duradouros à confiança das pessoas na política, causará danos duradouros e catastróficos aos principais partidos" do país.
"A minha mensagem para eles é que acho que a pior coisa para a democracia agora seria cancelar o referendo, que é o que algumas pessoas estão a sugerir, anular esse resultado e dizer às pessoas que serão ignoradas, depois de todas as promessas que foram feitas. Esta geração política não será perdoada se não cumprir esta promessa", afirmou.
O Governo britânico mantém que pretende concluir um acordo de saída com a UE e anunciou esta sexta-feira a intensificação das negociações, com reuniões entre as duas partes duas vezes por semana. A renegociação do acordo conseguido pela antecessora Theresa May – e chumbado três vezes pelo parlamento britânico – poderá agora ser finalmente alcançado, alegam.
Nos últimos dias, a oposição e deputados do partido Conservador, a que pertence Boris Johnson, manifestaram-se empenhados em aprovar legislação para impedir uma saída sem acordo na próxima semana, antes da anunciada suspensão do Parlamento durante cinco semanas.