02 set, 2019 - 08:10 • Lusa
Os protestos pró-democracia continuam em Hong Kong, com apelos ao boicote de aulas universitárias e a uma greve geral hoje e terça-feira, após um fim de semana violento, registando-se já quase 900 detidos desde junho.
A polícia antimotim já se posicionou em várias estações de metro, depois dos manifestantes terem bloqueado as portas em várias carruagens, causando atrasos significativos em toda a rede, com a imprensa local a dar conta de novas detenções.
As autoridades da região administrativa especial chinesa autorizaram duas novas manifestações, no momento em que os estudantes decidiram boicotar o regresso às aulas durante as próximas duas semanas.
Depois de dezenas de detenções no sábado para domingo, no domingo milhares de manifestantes pró-democracia tentaram bloquear o acesso ao aeroporto internacional de Hong Kong, conseguindo mesmo obrigar as autoridades a suspenderem o comboio que faz a ligação do centro da cidade para aquela infraestrutura aeroportuária.
Os manifestantes estão proibidos, por decisão de um tribunal, de se manifestarem no interior e junto ao aeroporto, um dos mais movimentados no mundo, depois de em meados de agosto terem conseguido que durante dois dias fossem cancelados todos os voos.
No sábado à noite registaram-se mais uma vez violentos confrontos entre a polícia e manifestantes, com as forças de segurança a efetuarem dois disparos de aviso para o ar em Victoria Park.
Um dos episódios mais marcantes aconteceu em Prince Edward, quando dezenas de manifestantes foram perseguidos no interior da estação de metro e posteriormente detidos, com a polícia a usar gás pimenta depois dos jovens terem vandalizado parcialmente aquele espaço.
Os protestos em Hong Kong duram há quase três meses.
Na passada semana, foram detidos proeminentes ativistas e três deputados do parlamento.
Em Hong Kong vive-se um impasse político, depois de os manifestantes terem exigido inicialmente a retirada de uma lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China, para depois somarem outras reivindicações, uma delas o sufrágio universal naquela região administrativa especial chinesa.
O movimento pró-democracia definiu cinco reivindicações: a retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe de governo Carrie Lam e sufrágio universal nas eleições para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.