03 set, 2019 - 10:54 • Redação
Mosquitos geneticamente alterados que ajudam na luta contra a malária. Uma realidade ou um mero sonho científico?
O projeto "Target Malaria", financiado pela Fundação Bill e Melinda e por outras 13 instituições públicas e privadas, parece ter transformado o sonho científico em realidade, apesar de haver ainda alguma relutância por parte dos grupos ambientais e da própria comunidade científica, avança o jornal espanhol El País.
No início de julho, 6.400 espécimes masculinos do mosquito Anopheles Gambiae, estéreis devido a uma alteração genética introduzida pela ação humana, foram libertados numa cidade do Burkina Faso, na África Ocidental.
Trata-se apenas de um teste que agora aguarda os primeiros resultados, mas a ideia de que a doença pode ser combatida com uma alteração genética está a ganhar força.
Em 2017, a malária afetou 219 milhões de pessoas, causando 435.000 mortes.
Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), que avança também que 90% das mortes ocorreram no continente africano, afetando principalmente crianças com menos de cinco anos.
A modificação é introduzida nos machos porque a autoria das picadas mortais é das fêmeas da espécie.
O parasita é transmitido ao ser humano através da picada de uma fêmea de várias espécies de mosquitos do género Anopheles, que precisam do sangue para amadurecer os ovos que carregam no interior, uma vez fertilizados.
O homem luta há vários séculos contra este inimigo através de medicamentos, repelentes, pulverizadores, redes mosquiteiras e, há alguns meses, com uma vacina desenvolvida em Moçambique, com apoio espanhol.
O projeto "Target Malaria", agora lançado, surge como uma alternativa aos métodos já usados.