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Reino Unido. ​Deputado deserta e Boris Johnson perde maioria absoluta

03 set, 2019 - 16:41 • Redação, com Lusa

Phillip Lee passou para o lado da oposição numa altura em que Boris Johnson discursava perante os deputados. Esta terça-feira, deverá ser votada uma moção para adiar o Brexit.

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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perdeu esta terça-feira a maioria no Parlamento, depois de o deputado conservador Phillip Lee ter passado para a bancada dos liberais-democratas.

Phillip Lee passou para o lado da oposição numa altura em que Boris Johnson discursava na Câmara dos Comuns.

O deputado divulgou uma carta onde explica os motivos da saída do Partido Conversador. Phillip Lee considera que o partido deixou-se contaminar "pelas doenças do populismo e do nacionalismo" e critica os que defendem o Brexit, independetemente dos custos para os britânicos.

A saída de Phillip Lee da bancada do Partido Conservador significa que Boris Johnson deixa de ter a maioria de um deputado de que dispunha até agora.

A decisão acontece a poucas horas da votação crucial sobre legislação para novo adiamento do Brexit, que está marcada para esta terça-feira.

Os deputados britânicos deverão votar entre as 21h00 e 22h00 sobre se aprovam a iniciativa para introduzir legislação que impõe um novo adiamento do 'Brexit' para impedir uma saída sem acordo a 31 de outubro.

Uma moção para um debate de emergência deverá ser apresentada pelas 18h00 horas e esta determina que o debate acabe, no máximo, às 22h00 horas, mas cabe ao líder da Câmara dos Comuns, John Bercow, decidir se aceita a proposta e a duração do debate, cujo final pode ser antecipado.

A moção, liderada pelo deputado trabalhista Hilary Benn mas subscrita por vários conservadores (o partido no Governo) como Oliver Letwin e Philip Hammond, visa introduzir um projeto de lei que pretende descartar um 'Brexit' sem acordo a 31 de outubro.

O texto exige que, até 19 de outubro, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, seja obrigado a dar aos deputados as opções de aprovar um acordo de saída ou de aprovar uma saída sem acordo, caso contrário terá de pedir uma nova extensão da data de saída até 31 de janeiro.

O antigo ministro das Finanças Philip Hammond afirmou hoje estar confiante de que um número suficiente de deputados conservadores vai contrariar o Governo e fazer passar a moção e o projeto de lei que adia o 'Brexit' por mais três meses.

“Eu não quero uma eleição, vocês não querem uma eleição”. Assobios ouvidos durante declaração de Boris Johnson
“Eu não quero uma eleição, vocês não querem uma eleição”. Assobios ouvidos durante declaração de Boris Johnson

Uma fonte não identificada do Governo disse na segunda-feira a vários meios de comunicação social que, no caso de perder a votação de hoje, o Governo vai apresentar uma proposta para eleições legislativas antecipadas dentro de seis semanas, a 14 de outubro, apesar de Boris Johnson ter afirmado pouco antes que não deseja eleições.

Para conseguir convocar eleições antecipadas, Johnson precisa do voto favorável de dois terços dos deputados, dependendo assim da ajuda do partido Trabalhista, o principal partido da oposição.

Em declarações transmitidas hoje pela BBC, o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, indicou estar a trabalhar com outros partidos da oposição e deputados conservadores para impedir um 'Brexit' sem acordo a 31 de outubro.

Corbyn disse que a prioridade é a solicitação feita para a agenda parlamentar ser controlada para ser introduzida legislação que disse estar convencido que vai passar todas as suas etapas na quarta-feira para passar depois à Câmara dos Lordes e ser promulgada "muito rapidamente".

"A prioridade é prevenir uma saída sem acordo", vincou, relativamente à hipótese de Boris Johnson propor eleições antecipadas.

Durante a tarde, a Câmara dos Comuns, que retoma os trabalhos após a pausa de verão, tem ainda agendadas questões ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, uma declaração do primeiro-ministro, Boris Johnson, sobre a cimeira de agosto do G7, e uma intervenção do ministro e Chanceler do ducado de Lancaster, Michael Gove, sobre os preparativos para um 'Brexit' sem acordo.

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