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Reino Unido

Derrotado (de novo) e na iminência de ver o Brexit adiado, Boris ameaça com eleições

03 set, 2019 - 22:10 • Tiago Palma

Parlamento britânico aprovou na noite desta terça-feira a moção que permitirá debater, amanhã, um projeto de lei que impede o Brexit sem acordo.

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É a segunda derrota do dia (perdeu a maioria no parlamento, depois de o deputado Philip Lee abandonar os conservadores e anunciar que iria juntar-se ao grupo dos liberais) para o primeiro-ministro Boris Johnson empossado a 24 de julho e que enfrenta pela primeira vez uma votação no Parlamento.

Os deputados britânicos aprovaram esta terça-feira à noite, com 328 votos a favor e 301 contra, a moção que retira ao Governo o controlo sobre a agenda parlamentar e permitirá, assim, debater amanhã um projeto de lei que impede o Brexit sem acordo.

Na prática, e caso a proposta legislativa venha a ser aprovado, esta obrigaria o Governo a pedir um adiamento do Brexit (apontada está a ser a data de 31 de janeiro, ou seja, mais três meses face ao prazo atual de 31 de outubro) no caso de o parlamento não aprovar um acordo de saída ou não autorize uma saída sem acordo até 19 de outubro.

Sobre a mesa está também a possibilidade da convocação de eleições antecipadas já para o dia 15 de outubro. Logo que foi derrotado na Câmara dos Comuns, Boris Johnson reiterou tal possibilidade, dizendo que será forçado a convocar umas eleições que não deseja caso o projeto de lei venha a passar.

"Não quero eleições, ninguém quer eleições, mas se a Câmara aprovar esta proposta de lei amanhã, o país terá de decidir quem vai a Bruxelas", atirou o chefe do Governo britânico, acusando os deputados de "estarem à beira de destruir tudo o que fizemos".

De pronto, à ameaça de Boris, reagiu o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, concluindo que se o primeiro-ministro quer ir a eleições, "tudo bem", mas terá primeiro que "aprovar esta proposta de lei para que o 'no deal' fique fora da mesa”.

Para conseguir convocar eleições antecipadas, o primeiro-ministro Boris Johnson precisa do voto favorável de dois terços dos deputados, dependendo assim da "ajuda" do partido Trabalhista, o principal partido da oposição.

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