05 set, 2019 - 18:12 • Redação, com agências
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse esta quinta-feira que “prefere morrer numa valeta” a adiar o Brexit, previsto para 31 de outubro.
Questionado se podia prometer aos britânicos que não vai pedir um novo adiantamento a Bruxelas, Boris Johnson deixou uma garantia: “Sim, posso. Preferia morrer numa valeta”.
O primeiro-ministro britânico, que falava durante a visita a uma esquadra de polícia no norte de Inglaterra, considera que adiar o Brexit não serve para “absolutamente nada”.
Proposta de eleições antecipadas volta a votação na segunda-feira
O Parlamento britânico vai votar novamente na segunda-feira, 9 de setembro, uma proposta para a realização de eleições antecipadas, anunciou esta quinta-feira o ministro responsável pelos Assuntos Parlamentares, Jacob Rees-Mogg.
Numa declaração sobre a agenda parlamentar de segunda-feira, Rees-Mogg disse que a proposta seria debatida no final da sessão, não adiantando mais pormenores.
Adiantou ainda que, além de debates sobre questões relacionadas com a Irlanda do Norte, será concluído o processo de aprovação do projeto de lei que impõe um adiamento de três meses da data do 'Brexit, atualmente prevista para 31 de outubro.
O texto está atualmente na Câmara dos Lordes, onde foi alcançado um entendimento esta madrugada para acelerar as discussões por forma que fiquem concluídas na sexta-feira.
Segunda-feira é o último dia para que, em termos administrativos, seja possível realizar eleições legislativas a 15 de outubro, como deseja o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, cuja proposta foi inviabilizada na quarta-feira pela oposição.
O Governo precisava do apoio de 434 deputados, correspondentes a dois terços do total dos membros da Câmara dos Comuns, mas só conseguiu 298 votos a favor.
O partido Trabalhista e o Partido Nacionalista Escocês (SNP) abstiveram-se, enquanto que 56 deputados votaram contra.
A proposta de eleições antecipadas foi apresentada pelo Governo após a derrota na Câmara dos Comuns na terça-feira, que permitiu à oposição e a um grupo de deputados conservadores introduzir legislação para impor um novo adiamento do 'Brexit' e impedir uma saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo em 31 de outubro.
O texto exige que o primeiro-ministro britânico peça uma nova extensão da data de saída até 31 de janeiro caso o Parlamento não aprove um acordo de saída ou não autorize uma saída sem acordo até 19 de outubro.
Após conhecido o resultado da votação à proposta de eleições antecipadas, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, criticou o líder trabalhista por não o ter apoiado.
"Só posso especular sobre as razões e a conclusão óbvia é que ele não acredita que poderia ganhar" e urgiu Jeremy Corbyn a refletir sobre o que considera ser a "insustentabilidade desta posição".
Antes, durante a apresentação da proposta, Johnson disse que "é completamente impossível para o governo funcionar se a Câmara dos Comuns se recusa a aprovar qualquer coisa que o governo proponha", alegando que o adiamento do 'Brexit' prejudica as negociações com Bruxelas e a possibilidade de um acordo no Conselho Europeu de 17 de outubro.
Mas o líder do 'Labour', Jeremy Corbyn, qualificou a proposta de eleições antecipadas como uma "manobra cínica de um primeiro-ministro cínico" e defendeu que antes deve ser garantida a promulgação do projeto de lei que visa evitar uma saída sem acordo do Reino Unido da União Europeia a 31 de outubro ao impor um adiamento por mais três meses.
"Deixemos que este projeto de lei seja aprovado e obtenha a promulgação real e depois apoiaremos as eleições para não acabarmos com uma saída sem acordo da União Europeia", defendeu Corbyn.