17 set, 2019 - 14:38 • Redação
Um laboratório na Sibéria onde estão armazenadas estirpes do ébola e de varicela foi alvo de uma explosão seguida de um incêndio, causando ferimentos num funcionário.
Citado pela agência estatal russa Tass, o Centro Vector de Investigação de Virologia e Biotecnologia, localizado em Koltsovo, na região de Novosibirsk, anunciou na segunda-feira que na origem da explosão esteve um incidente com um tanque de gás durante reparações numa sala de inspeções sanitárias.
Tanto o Vector como a agência russa de proteção do consumidor e o autarca de Koltsovo garantiram imediatamente que as substâncias de risco biológico não estavam armazenadas no local específico onde se deu a explosão e que o incidente não representa quaisquer riscos para a comunidade local.
"Nenhum trabalho com materiais biológicos estava a ser executado no edifício", garantiu o laboratório num comunicado divulgado na internet.
O Vector é um de apenas dois laboratórios do mundo onde estão armazenadas amostras vivas do vírus da varicela, a par do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, em Atlanta, no estado da Georgia.
No início deste ano, o laboratório russo também completou os primeiros ensaios para desenvolver uma vacina contra o Ébola, vírus que, em 2004, provocou a morte de um investigador do Vector que se picou acidentalmente com uma agulha infetada.
Numa inspeção em 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apurou que o centro de investigação científica respeita todos os padrões de biossegurança, embora tenha apontado algumas áreas que "podem ser melhoradas".
Um ano após essa inspeção, o então diretor do Vector desapareceu misteriosamente após ter sido acusado de fraude. Décadas antes, no início dos anos 1990, um desertor do regime já tinha acusado a União Soviética de alojar estirpes de varicela no laboratório com o intuito de desenvolver armas biológicas.