17 set, 2019 - 11:15
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, procura esta terça-feira um inédito quinto mandato à frente dos destinos políticos do país, mas a eleição, que decorre desde as 7h00 de Israel, poderá também levar à sua substituição à frente do Governo.
As sondagens dos últimos dias mostram que o Likud, de Netanyahu, está praticamente empatado com o partido centrista Azul e Branco, de Benny Gantz, um ex-chefe das Forças Armadas. Contudo, o grande vencedor das eleições poderá ser o partido de direita Yisrael Beiteinu que espera conseguir duplicar os seus deputados, de cinco para dez, podendo tornar-se num parceiro decisivo em negociações para uma coligação.
As urnas fecham às 22h00 locais, altura em que serão publicadas as primeiras projeções. Sem uma maioria absoluta de um partido, é natural que as negociações durem vários dias, ou mesmo semanas.
Tanto Netanyahu como Gantz passaram os últimos dias da campanha a fazer apelos ao voto. Esta manhã, entrevistado nas urnas, Netanyahu disse, numa voz já rouca de tanta campanha, que a eleição será muito renhida. “Apelo a todos os cidadãos de Israel para irem votar”.
O atual primeiro-ministro tem tentado passar a imagem de indispensável, dizendo que a sua substituição no poder enfraquecerá o país aos olhos dos inimigos e apresentando Gantz como inexperiente. Nas últimas semanas da campanha prometeu que anexará o Vale do Jordão, território palestiniano, mas onde se encontram vários colonatos israelitas.
Benny Gantz é mais moderado que Netanyahu, mas nas principais questões internacionais, nomeadamente as relações com a Palestina e a hostilidade com o Irão, a os dois candidatos têm uma linha semelhante. O partido Azul e Branco não defende a anexação do Vale do Jordão, mas tenciona fortalecer a presença israelita para a transformar numa linha defensiva do Estado judaico. Gantz também tem levantado a questão dos processos por corrupção em que Netanyahu está envolvido.
Esta é a segunda eleição legislativa no espaço de apenas cinco meses em Israel. Netanyahu venceu as anteriores, mas acabou por não conseguir formar um governo de coligação, levando à convocação de novo escrutínio.