18 set, 2019 - 19:40 • Redação, com Reuters
A Arábia Saudita mostrou esta quarta-feira o que diz serem provas “inegáveis” do envolvimento do Irão nos ataques contra duas instalações petrolíferas.
Um total de 25 drones e mísseis foram lançados contra os campos sauditas, incluindo um avião não-tripulado iraniano Delta Wing e mísseis de cruzeiro "Ya Ali", disse o porta-voz do Ministério da Defesa de Riade.
“O ataque foi lançado a partir do Norte e foi inquestionavelmente patrocinado pelo Irão”, declarou o coronel Turki al-Malki em conferência de imprensa.
A investigação saudita ainda está a trabalhar determinar o local exato do lançamento dos drones e mísseis, adiantou o coronel, que não respondeu às perguntas dos jornalistas sobre se foi efetivamente o Irão a realizar o ataque.
As autoridades iranianas têm vindo a negar qualquer envolvimento nos raides que afetaram a produção de petróleo saudita e alarmaram os mercados internacionais.
O ataque do fim de semana foi reivindicado pelos rebeldes houthis do Iémen, que são apoiados pelo Irão.
Trump anuncia sanções, ONU envia peritos
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira que vai ampliar as sanções ao Irão. Mais pormenores serão conhecidos nos próximos dias.
Em declarações aos jornalistas, em Los Angeles, Trump afirmou que a derradeira opção após os raides contra a Arábia Saudita seria atacar o Irão, mas sublinhou que há outras opções em cima da mesa.
“Há muitas opções. Há a derradeira opção e há opções que são menos do que isso. E vamos ver. A derradeira opção significa entrar em guerra.”
O líder norte-americano considera que a sua decisão de não atacar o Irão anteriormente, nomeadamente durante a crise no estreito de Ormuz, é um sinal de força, porque “é muito fácil atacar”.
A ONU enviou uma equipa de peritos à Arábia Saudita para conduzir um inquérito internacional sobre os ataques de sábado contra instalações petrolíferas sauditas, indicou esta quarta-feira o secretário-geral da organização, António Guterres.
“Os peritos da ONU já partiram e vão trabalhar” sobre este caso, disse Guterres, confirmando informações de fontes diplomáticas. O secretário-geral falava durante uma conferência de imprensa de apresentação da Assembleia Geral anual da ONU que deve reunir dezenas de dirigentes na próxima semana em Nova Iorque.
“Devemos travar este tipo de escalada”, sublinhou o chefe das Nações Unidas, quando crescem as acusações ao Irão pelos Estados Unidos e Arábia Saudita de envolvimento nos ataques de sábado.