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Nova Iorque proíbe uso de cigarros eletrónicos com sabor

18 set, 2019 - 07:17 • Redação

Proibição entra em vigor no dia 7 de outubro e surge depois de terem sido detetados, pelo menos, 450 casos e seis mortes, nos Estados Unidos, ligados ao uso de cigarros eletrónicos (dispositivos, líquidos, cápsulas de enchimento e cartuchos).

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Nova Iorque é o segundo estado norte-americano a banir os cigarros eletrónicos com sabores.Oficialmente, a proibição entra em vigor a partir do dia 7 de outubro.

A medida surge depois de terem sido detetados, pelo menos, 450 casos de lesões nos pulmões ligadas ao uso de cigarros eletrónicos e seis mortes suspeitas, com uma apresentação clínica variada, mas tendo como ponto comum a todos o uso de produtos relacionados com cigarros eletrónicos (dispositivos, líquidos, cápsulas de enchimento e cartuchos).

O governador Andrew Cuomo decretou uma ação de emergência, na terça-feira, na sequência do crescimento dos casos de doenças pneumáticas ligadas ao uso das máquinas.

No domingo, Cuomo organizou uma reunião urgente com as instituições de Saúde Pública do Estado e o Conselho de Planeamento de Saúde para considerar a proibição. O painel concordou com o plano, banindo todos os cigarros eletrónicos de sabores, com exceção ao de menta, avança a agência Reuters.

O Departamento de Saúde governamental concedeu um período de duas semanas aos revendedores antes de começar a controlar as vendas das máquinas.

Nova Iorque é o segundo estado a decretar uma interdição do género. O Michigan foi o primeiro a fazê-lo no início deste mês.

Trump está atento ao problema

Há uma semana, Donald Trump anunciou que pretende banir temporariamente o uso de cigarros eletrónicos com sabor, prometendo novas regras e regulamentação mais apertada para este setor.

"Estamos a olhar para o 'vaping' com muita atenção. É muito perigoso, já morreram crianças, já morreram várias pessoas", disse Donald Trump, numa declaração aos jornalistas na Sala Oval, na Casa Branca.

Trump falava aos jornalistas depois de uma reunião com o secretário dos Serviços de Saúde e com o diretor da Food and Drug Administratrion.

Sociedade Portuguesa pede maior vigilância de casos

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) recomenda aos médicos que comuniquem às autoridades de saúde casos de doentes com sintomas respiratórios agudos que suspeitem estar ligados ao consumo do cigarro eletrónico.

Este conselho faz parte de um conjunto de cinco recomendações emitidas esta quarta-feira pela SPP na sequência do número crescente de casos de doença respiratória grave, de causa desconhecida, mas associada ao uso de cigarros eletrónicos, nos últimos dois meses nos Estados Unidos.

"Até ao momento não se conhecem casos semelhantes fora dos EUA. No entanto, dada a grande disseminação destes produtos e fácil acessibilidade, é provável que surjam noutros países, incluindo Portugal", adverte a SPP em comunicado.

Perante esta situação, os especialistas recomendam aos consumidores de cigarros eletrónicos que desenvolvam sintomas respiratórios agudos a procurar um médico e informá-lo sobre o produto que consomem.

Aconselham também os médicos que assistem doentes com quadro clínico semelhante a "obter informação detalhada sobre o uso destes dispositivos e comunicá-lo às autoridades de saúde, em caso de suspeita".

Os especialistas explicam que, apesar de variável, a doença apresenta algumas características comuns: sintomas respiratórios (tosse seca, falta de ar, opressão torácica), sintomas gastrointestinais (náuseas, vómitos ou diarreia) e sintomas gerais (febre, perda de peso, fadiga).

"É muito relevante que as idades afetadas são bastante jovens e um terço tem menos de 18 anos (na série publicada variaram entre 16 e 52)", referem no comunicado, adiantando que quase todos os casos reportados necessitaram de hospitalização, cerca de um terço com ventilação mecânica e nalguns casos até oxigenação extracorporal por membrana.

Apesar do número de dispositivos e líquidos diferentes disponíveis no mercado ser elevado, em cerca de 80% dos casos os doentes consumiram produtos com nicotina e derivados da canábis, como o tetrahidrocanabiol (THC) ou o canabidiol (CBD).

Segundo a SPP, desconhece-se se a doença é provocada por toxicidade de algum destes compostos, por aditivos ou contaminantes desconhecidos ou por outras substâncias formadas quando se dá o aquecimento e vaporização dos líquidos.

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